Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 28: XXVIII

Página 417
Trajava sempre com distinção e esmero, e ao corrente das modas.

Tudo isto, e as próprias devoções da morgada acabaram por convencer o povo de que havia grandes culpas no passado dela, as quais procurava remir à força de missas. Dizia-se que a morte a viera tomar antes das contas saldadas, e que por isso a sua alma voltava à terra penando.

Já se vê que o lugar era para apavorar as imaginações tímidas e de noite pouca gente da aldeia gostava de passar por lá.

Henrique, depois de ter dito em Alvapenha que ia passar a noite ao Mosteiro, donde voltaria tarde, saiu mais cedo do que a hora devida, e, fazendo obra pelas informações da Morgadinha, dirigiu-se para os Canaviais para escolher posição donde pudesse, sem ser visto, observar Cristina, não tendo ainda resolvido se lhe apareceria ou se a deixaria imperturbada na sua piedosa tarefa.

A noite fizera-se escura e ameaçava chuva.

Henrique, alumiando-se com uma lanterna de furta-fogo, já um pouco habituado aos caminhos estreitos e escabrosos do campo, atravessou a aldeia, examinando com atenção todos os objectos que lhe deviam servir de indicadores da estrada.

Pouco passava das dez horas, quando se achou em frente de uma casa, que, por a aparência, julgou ser a demandada propriedade.

Era uma casa escura, crivada de pequenas janelas de peitoril, tendo a um lado o alto portão da quinta, do outro a capela, cuja porta Henrique achou inda fechada.

O sussurro dos canaviais agitados pelo vento era uma garantia de haver acertado.

Principiavam a cair algumas grandes gotas de chuva e a escuridão a fazer recear grandes aguaceiros.

Henrique achou prudente procurar um abrigo onde pudesse resguardar-se. Neste intento aproximou-se do portão. Com grande espanto seu, achou-o aberto.

<< Página Anterior

pág. 417 (Capítulo 28)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 417

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506