Ex.ª às vezes, sendo eu mesmo quem a fizesse, coibir-se...
- Ai, eu havia de pôr muitas dúvidas! Na verdade um rapaz de tão má nota!... Ora sempre tem coisas!
- Visto isso, posso esperar?
- Da minha parte uma guerra de morte - disse D. Vitória, não resistindo a dar um abraço a Henrique, já com familiaridade de mãe, abraço que Henrique retribuiu com afecto.
O conselheiro não dava atenção à cena.
- Então, mano! - bradou-lhe D. Vitória. - Deixe lá essas políticas, que temos negócios sérios em casa.
- Sim? - disse o conselheiro, dobrando os papéis que lia, e simulando um ar de interesse, que realmente estava muito longe de sentir. - Então de que se trata?
- De um negócio importante, em que é preciso que seja ouvido.
- Ah! Então é um caso de consciência?
- E não o diga a rir, que é. Aqui o Sr. Henrique de Souselas acaba de me fazer um pedido... Isto é, a prima Doroteia foi que mo fez.
- Mas por ordem dele - acudiu esta.
- Pois sim, o que era bem escusado.
- Mas então que pede de nós este caro Sr. Henrique?
- Nem mais nem menos do que uma das nossas pequenas.
O conselheiro relanceou um olhar para Madalena. Já, por mais de uma vez, a hipótese do casamento da filha com Henrique lhe tinha passado pela ideia, e de modo algum lhe era antipática. Henrique tinha um bom nome, rendimentos suficientes, e, se quisesse, um futuro na sociedade, e o conselheiro tudo isto invejava para os seus filhos.
Madalena, que percebeu no gesto do pai a ideia que ele tivera, quis tirá-lo quanto antes da ilusão e disse:
- Quem mais razão tinha para protestar era eu. Há-de fazer- -me falta a amizade de Cristina.
- Ah! - disse o conselheiro, com um sorriso um tanto contrafeito.
- Então quer-nos roubar a nossa Cristina, Sr.