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Capítulo 29: XXX

Página 442
O espectáculo não é muito para alegrar, porque mostra como em geral o nosso país está ainda pouco educado no regime constitucional. Mas em todo o caso é instrutivo.

Os manejos dos amigos do conselheiro e principalmente do infatigável Tapadas conseguiram ainda resultados importantes em relação ao tempo em que principiaram a operar com mais energia.

Algumas freguesias havia com que já se podia contar.

A eleição, porém, estava muito arriscada ainda. O Sr. Joãozinho das Perdizes devia decidir a contenda. Para onde se inclinasse o morgado com todo o peso dos seus comparoquianos, desceria o prato da balança.

Contra ele assestou, pois, o conselheiro toda a artilharia; mas sem o menor resultado. O homem evitava subtilmente encontrar-se com ele, e aos seus emissários respondia com insolência. O Seabra pela sua parte nunca o largava, vigiava-o como um precioso tesouro, não se descuidava de o manter nas disposições hostis contra o conselheiro. A todo o momento fazia-lhe sentir o insulto que recebera na taberna, e a necessidade que tinha, para se desafrontar, de infligir uma lição ao conselheiro, com quem Henrique estava ligado. Depois disse-lhe que o conselheiro se gabava de ter dinheiro para comprar o morgado e toda a freguesia.

O morgado, sob estas e análogas instigações, praguejava e jurava despejar na urna ministerial o sufrágio da sua freguesia.

Assim, pois, todas as probabilidades eram a favor do candidato do governo, homem desconhecido deste povo, o qual também era desconhecido para ele, um empregado de secretaria, que nunca saíra de Lisboa e que era o primeiro a rir-se do campanário obscuro de que se propunha ser representante; criatura dos ministros, que o desejavam eleger a todo o custo, por terem nele um voto complacente e um parlamentar de boa feição.

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pág. 442 (Capítulo 29)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 442

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506