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Capítulo 30: XXXI

Página 469

Por isso, ao vê-lo ali, previu que pesava sobre ela uma suspeita, que era vítima de uma ilusão, e compreendeu que as aparências a podiam condenar.

De feito, Augusto chegara tarde aos Canaviais, porque só tarde o ervanário vencera a hesitação que experimentara ao dizer-lhe que fosse. Por isso só pôde reconhecer a voz e a figura da Morgadinha e de Henrique no curto diálogo que entre os dois se trocara, quando vieram examinar à janela o estado da noite.

As palavras que escutou prestavam-se a ser interpretadas de uma maneira cruel para o seu coração. Assim as entendeu Augusto, e, sem mais querer ver nem ouvir, retirou-se como um louco.

Foi nessa ocasião que Madalena o viu.

Quando voltou a casa, o ervanário, que, ainda acordado, o esperava, viu-o pálido, e com uma expressão singular no rosto.

- Então? - interrogou-o ansiosamente o velho.

- Tinha razão, Tio Vicente. Tem sido uma longa e má loucura a minha. Verei se me curo dela.

E, sentando-se, encostou a cabeça às mãos e permaneceu silencioso.

O velho não lhe perguntou o que se tinha passado.

Daí em diante foi em rápido progresso a prostração de ânimo em Augusto.

A doença do ervanário, que se exacerbou consideravelmente também, era o único motivo de uma força fictícia que ainda o sustentava.

Os seus desvelos pelo enfermo tomavam-lhe todos os instantes.

A única voz, eco da vida exterior que lhe chegava aos ouvidos, era a do cirurgião que tratava do ervanário.

Falador por índole e por cálculo profissional, o facultativo contava à cabeceira do leito as novidades do dia. Entre essas trouxe uma das que mais vogavam, que era a de que Henrique casava no Mosteiro com a Morgadinha.

Um equívoco dizer do Torcato, na presença dos criados do Mosteiro, uma das meias discrições do velho, mais perigosas do que a própria indiscrição, originara esta versão.

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pág. 469 (Capítulo 30)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 469

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506