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Capítulo 30: XXXI

Página 468
O dia seguinte passou-o na mesma indecisão. Mas a inquietação do ervanário crescia; desassossegava-o a ideia do perigo a que supunha exposta Madalena, cuja confiança em Henrique a podia perder.

O ervanário continuava a desconfiar de Henrique.

Chegara a noite, aquela em que Torcato lhe dissera ter com uma das meninas de visitar à meia-noite, por causa de Henrique, a casa dos Canaviais. O velho não pôde mais tempo conter-se e disse a Augusto, depois de muito lutar consigo:

- Não devo calar-me. É preciso coragem, meu filho. Arranca do coração a loucura que lá tens ainda, embora o deixes em sangue, ou estás perdido.

Augusto estremeceu, olhando-o com sobressalto.

O velho prosseguiu:

- Tu vais sair para te desenganares por teus próprios olhos, e, se o que vires te não curar, se é sem remédio esse mal, ao menos sê generoso, e acode e salva, se for possível, quem, perdendo-te, se perde também.

E, após estas palavras vagas, cujo mais claro sentido Augusto tremeu de investigar, o velho mandou-o aos Canaviais, naquela mesma noite, recomendando-lhe que fosse preparado para receber uma grande dor.

Augusto seguiu as indicações do ervanário, e foi.

Era dele o vulto que fizera estremecer Madalena, quando, na noite da piedosa devoção de Cristina, a vimos chegar à janela dos Canaviais.

A Morgadinha reconhecera Augusto através das sombras nocturnas, e tivera um pressentimento do que significava a presença dele naquele lugar e naquela ocasião.

Por concentrada e discreta que fosse a paixão de Augusto, não era um mistério para Madalena.

A estranhar alguém esta penetração de vista não será, decerto, nenhuma das minhas leitoras.

Madalena adivinhara havia muito Augusto e não lhe fora difícil explicar até a instintiva hostilidade com que ele sempre acolhera Henrique.

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pág. 468 (Capítulo 30)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 468

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506