A Morgadinha dos Canaviais - Cap. 30: XXXI Pág. 475 / 508

Na noite em que o Herodes o encontrou, o Zé P’reira, em completa embriaguez, acabara de fazer sentir mais uma vez a sua mulher toda a força da autoridade marital. Ela revoltou-se e abandonou os penates, jurando que nunca mais voltaria a eles.

O pobre do homem andava agora perdido nas ruas à procura dela, arrepelando-se, chorando, praguejando, que metia dó. O Cancela condoeu-se dele, e, dando-lhe o braço, para lhe firmar os passos cambaleantes, conduziu-o a casa, prometendo restituir-lhe a mulher fugida.

E nesta tarefa de reconciliação passou grande parte da noite, conseguindo afinal harmonizá-los, mas convencido de que não seria muito duradoura a paz.

E tinha razão o Cancela em pensar assim. Ao lar doméstico, onde uma vez se passa uma cena daquelas, nunca mais volta o anjo da concórdia.

O pobre do Zé P’reira estava condenado a levar assim o resto da sua vida de família.

Esta ocorrência demorou o Herodes, que só tarde entrou no Mosteiro a despedir-se da família que tanto lhe estimara a filha.





Os capítulos deste livro