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Capítulo 32: XXXIII

Página 499

O conselheiro continuava silencioso, como hesitando no que devesse responder a Augusto. A irritação ditava-lhe uma violenta resposta, mas já lho não permitia a consciência.

Augusto continuou:

- Sei que V. Ex.ª está já convencido de que as suspeitas que pesavam sobre mim eram injustas. Nesse periódico, que ainda tem na mão, vêm as provas da minha inocência. Vi-o em casa do Seabra, donde venho agora. Procurei-o, decidido a saber toda a verdade por qualquer preço que fosse; ele não ma negou; contou-me tudo. Por isso, ao vir aqui, Sr. Conselheiro, ao voltar a esta casa, onde era recebido como amigo antes que me expulsassem dela como infame, esperava encontrar a receber-me a justiça e a amizade... Enganei-me; em vez delas, foi o insulto, mais pungente e menos justificado do que o primeiro, que eu encontrei!

- Menos justificado? - repetiu o conselheiro, azedamente.

- Menos justificado, sim, muito menos; porque V. Ex.ª podia julgar-me criminoso; pode julgar-se com direito de duvidar de mim, mas não tem o de duvidar de sua filha; porque a Sr.ª D. Madalena, pedindo a seu irmão que a acompanhasse a casa de um pobre, que ela sabia ser vítima de uma imerecida acusação, e a quem o desalento e o desespero faziam sucumbir, não se esqueceu do que devia a si e aos seus; pelo contrário, aos seus devia aquele acto de sublime generosidade, porque das mãos dos seus viera o golpe que me ferira. Eu tinha sido expulso desta casa, Sr. Conselheiro, como um miserável e infame; os filhos de V. Ex.ª, que sempre foram meus amigos, a quem V. Ex.ª ensinara a sê-lo, vieram à minha dizer-me: «Não parta, deve à nossa confiança a justiça de ficar».

- É verdade - disse Ângelo - eu acompanhei Madalena. O pai diz-me muitas vezes que não tenha pressa de principiar a duvidar; eu não podia principiar por Augusto.

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pág. 499 (Capítulo 32)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 499

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506