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Capítulo 6: VI

Página 89

Augusto aceitou com prazer a incumbência, que, sobre adequada aos seus gostos, lhe abria uma carreira que ele já imaginara adoptar.

De então nasceu uma íntima amizade entre Ângelo e Augusto.

Foram rápidos os progressos do discípulo, e não menos reais as vantagens que ao mestre resultaram do ensino, que lhe desenvolvia cada vez mais a inteligência. O conselheiro tinha motivos para estar satisfeito da escolha.

Ao fim de um ano as repugnâncias de Augusto em aceitar o legado eram as mesmas; o egoísmo paternal do conselheiro não o deixou ser muito ardente a combatê-las. Espaçou-se mais uma vez a decisão.

Outras lições apareceram a Augusto, as quais ele acolheu com gosto; o mestre-escola reclamava também muitas vezes o seu auxílio; compadecido da sua velhice, Augusto nunca lho recusou.

O velho acabou por declinar nele o serviço todo, sem que Augusto consentisse em receber por isso o menor estipêndio.

O público não se cansava de perguntar quando seria que o rapaz principiaria os seus estudos em Lisboa e por que não o fazia já. Como não obtivesse resposta, comentava o facto, como costuma comentar todos os que não entende.

No entretanto, a educação de Augusto não ficara estacionária.

Com grandes sacrifícios a continuara ele; e num ermo, como era aquela aldeia, tinha muito de milagre o que fazia.

O latim de mestre Bento já mal satisfazia às impaciências de espírito deste discípulo entusiasta; e não raro que a inteligência de Augusto visse mais fundo nos textos do que a experiência do mestre.

O caso favoreceu os desejos do estudante.

Numa freguesia próxima estava, como abade, um doutor em Teologia, homem de sólido saber e de reputação extensa.

Um dia em que, por convite do seu colega, viera assistir e

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pág. 89 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 89

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506