Quando, porém, Augusto lhe bateu à porta, achou-a ainda fechada; escutou à fechadura, mas não pôde verificar o menor sinal de que alguém estivesse dentro.
É cedo ainda - pensou consigo. - Vejamos se estará em casa do compadre.
Seguiu mais para diante pela rua por onde viera.
A poucos passos mais, e do lado oposto, deparou-se-lhe outra casa de aspecto não menos rústico do que a primeira, uma pequena casa térrea, de uma só porta e uma só janela, e com o respectivo quintal ao fundo.
Do interior vinha um sussurro de vozes, como de conversa animada; julgando que seria o Cancela, de quem o proprietário era, além de vizinho, confidente e compadre, Augusto empurrou a porta, que estava apenas cerrada, e entrou.
A primeira sala achou-a deserta. Era um aposento quadrado, todo adornado à volta de cruzes de pau, para as devoções da via- -sacra, e de imagens de santos e santas em caixilhos de todos os tamanhos. Mais do que os outros enramalhetado e enfeitado, via-se ali o bento registo de uma confraria, havia pouco tempo instituída na terra pelos missionários, o qual ocupava o lugar de honra naquela devota exposição.
Era recente na aldeia o estabelecimento desta confraria, sociedade um tanto misteriosa, por meio da qual seus interessados instituidores só visavam a dar o reino do Céu aos filiados, contentando-se apenas, em paga, com o do Mundo, do qual, lembrados de antigos tempos, têm saudades já. Os missionários, certos evangelizadores em terras onde a palavra do Evangelho não é chave que abra a porta pela qual entraram os mártires no Céu, lá andavam por aquele tempo, na aldeia onde se passa a acção desta história, plantando