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Capítulo 7: VII

Página 96
Era de uma dessas expedições que ele devia voltar aquela manhã, como o dava a entender a carta de Ângelo.

Quando, porém, Augusto lhe bateu à porta, achou-a ainda fechada; escutou à fechadura, mas não pôde verificar o menor sinal de que alguém estivesse dentro.

É cedo ainda - pensou consigo. - Vejamos se estará em casa do compadre.

Seguiu mais para diante pela rua por onde viera.

A poucos passos mais, e do lado oposto, deparou-se-lhe outra casa de aspecto não menos rústico do que a primeira, uma pequena casa térrea, de uma só porta e uma só janela, e com o respectivo quintal ao fundo.

Do interior vinha um sussurro de vozes, como de conversa animada; julgando que seria o Cancela, de quem o proprietário era, além de vizinho, confidente e compadre, Augusto empurrou a porta, que estava apenas cerrada, e entrou.

A primeira sala achou-a deserta. Era um aposento quadrado, todo adornado à volta de cruzes de pau, para as devoções da via- -sacra, e de imagens de santos e santas em caixilhos de todos os tamanhos. Mais do que os outros enramalhetado e enfeitado, via-se ali o bento registo de uma confraria, havia pouco tempo instituída na terra pelos missionários, o qual ocupava o lugar de honra naquela devota exposição.

Era recente na aldeia o estabelecimento desta confraria, sociedade um tanto misteriosa, por meio da qual seus interessados instituidores só visavam a dar o reino do Céu aos filiados, contentando-se apenas, em paga, com o do Mundo, do qual, lembrados de antigos tempos, têm saudades já. Os missionários, certos evangelizadores em terras onde a palavra do Evangelho não é chave que abra a porta pela qual entraram os mártires no Céu, lá andavam por aquele tempo, na aldeia onde se passa a acção desta história, plantando

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 96

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506