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Capítulo 38: XXXIX - Coroa-se a obra

Página 425
E sinceramente te confesso que isto hoje é um passo dado no caminho em que entrei e que estou disposta a seguir até ao fim.

– Mas…

– Com franqueza, Cecília. Falta-nos o tempo para rodeios. Acreditas ou não na afeição de Carlos?

– Não.

– Que não tão desenganado! – tornou Jenny, sorrindo. – Há-de custar-me a perdoar-te. Não sei se sabes que tomei sobre mim o justificar meu irmão. Já tenho alcançado muitas vitórias. Meu pai confessou-se já ontem injusto para com ele. A tua criada Antónia está meia abalada também.

– Antónia?!

– É verdade. Eu suspeitei que meu irmão tinha nela um inimigo, e parece-me haver acertado. E senão diz-me: não foi Antónia quem te contou a história de certa visita que Carlos recebeu?

Cecília desviou os olhos, ao ouvir a referência ao delito que com tão amargas censuras lhe fora de facto contado pela criada.

– Bem vejo que me não enganei – continuou Jenny. – Pois até Antónia se dará por vencida afinal. Enquanto à tal visita… dir-te-ei de passagem que tudo está satisfatoriamente explicado.

– Como? – perguntou Cecília com vivacidade.

– É segredo que meu irmão te poderá revelar, quando… entre ti e ele não devam existir segredos…

– Tarde viria então, para me aproveitar, o esclarecimento.

– Até lá contenta-te com a minha palavra; ou também duvidas dela?

A volta de Manuel Quintino à sala interrompeu o diálogo.

Cecília ficou no fim dele com mais confiança no futuro, e mais frequentes lhe assomaram os risos aos lábios no resto da manhã.

Espalhou-se rapidamente na Praça, durante aquela manhã, a nova da promoção de Manuel Quintino.

Choveram-lhe parabéns de todos os lados, cresceu na opinião pública a reputação do guarda-livros.

Conceituando altamente a classe comercial, não podia Manuel Quintino ficar indiferente, ao sentir-se guindado por ela na escala da consideração.

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pág. 425 (Capítulo 38)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 425

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432