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Capítulo 26: Capítulo 26

Página 125

No sábado, pouco depois do meio-dia, encontraram-se de novo junto da árvore seca. Fumaram, conversaram à sombra e, por fim, resolveram cavar mais um bocado no último buraco que tinham aberto, na véspera; não porque tivessem esperança de encontrar alguma coisa, mas simplesmente porque Tom disse serem frequentes os casos em que tinham sido abandonados tesouros no momento em que estavam a cinco centímetros, e que outros depois os tinham encontrado na primeira pazada de terra.

Ainda desta vez as pesquisas falharam, mas os rapazes saíram dali com a ferramenta ao ombro, sentindo que não tinham brincado com a sorte e antes tinham cumprido todos os preceitos inerentes à profissão dos que andam em busca dos tesouros.

Quando chegaram à casa assombrada, havia ali um silêncio de morte, que na solidão imensa do desolado lugar lhes fez recear, por momentos, o risco de entrarem.

Passados uns instantes de hesitação, chegaram até à porta e espreitaram. Viram o chão, já sem sobrado, invadido pelas ervas, as paredes com o estuque esburacado, a escada meio desfeita, as janelas sem caixilhos e, a um canto, uma chaminé; por todos os lados pendiam teias de aranha esfarrapadas e cobertas de poeira. Momentos depois entraram, devagarinho e com o coração a bater fortemente; falavam em segredo e apuravam o ouvido para os mais leves ruídos, retesando os músculos, na ideia de fugirem ao primeiro alarme.

Mas, daí a pouco, já familiarizados com o lugar, sentiam que o medo dera a vez a uma curiosidade cheia de interesse e, admiradíssimos, pensavam na sua audácia. Em seguida lembraram-se de ir ao andar de cima. Dali, a fuga era mais difícil, se não impossível, mas começaram a meter-se em brios um ao outro, e isto só podia ter um resultado. Puseram as ferramentas num vão e subiram.

Em cima havia os mesmos sinais de ruína. A um canto descobriram um armário com ar misterioso, mas tiveram uma decepção, pois não havia nada lá dentro. Estavam já cheios de coragem e decididos a voltar para baixo, para começarem a trabalhar, quando Tom disse, pondo um dedo nos lábios:

- Escuta! Não faças barulho.

- Que é? - perguntou Huck, pálido de medo.

- É ali. Não ouves?

- Ouço. Fugimos?

- Cala-te! Não te mexas. Não percebes que se encaminham para a porta?

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 125

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174