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Capítulo 29: Capítulo 29

Página 138
Esta galeria principal tinha de oito a dez pés de largo e, a cada passo, outras mais estreitas, mas de tectos baixos também, abriam-se de um e de outro lado desta, pois a gruta de McDougal não passava de um labirinto de corredores cheios de curvas, que se ramificavam para chegarem não se sabia onde. Havia quem dissesse que se podia andar lá dias e noites, caminhando por aqueles corredores que se entrecruzavam, sem se conseguir chegar ao fim da gruta. Dizia-se também que esses caminhos desciam cada vez mais fundo, e formavam labirintos sobre labirintos, numa continuidade sem fim.

Nenhum homem conhecia a gruta, mesmo porque isso seria impossível. Muitos dos rapazes já tinham percorrido a maior parte dela e, habitualmente, não se afoitavam para lá dos caminhos já andados. Tom Sawyer sabia tanto dela como qualquer dos outros.

Todos seguiram ao longo da galeria principal, numa extensão de três quartos de milha, mas depois, em pares e em grupos, começaram a enveredar pelos corredores transversais, e aparecendo uns aos outros de surpresa nas encruzilhadas destes caminhos. Alguns grupos conseguiram fugir uns dos outros durante meia hora, sem no entanto se afastarem das passagens conhecidas.

Pouco a pouco voltaram todos à entrada da gruta, ofegantes, risonhos, pingados de sebo das velas, com o fato sujo de cal e encantados com os divertimentos do dia. Ficaram surpreendidos quando viram que não tinham dado pelo decorrer do tempo, e que era quase noite. Havia meia hora que a sineta do barco tocava a chamá-los, mas este final da sua aventura era romântico e, por conseguinte, satisfazia-os. Quando o barco, com os seus ruidosos passageiros, começou a descer o rio, ninguém senão os homens de bordo pensou no atraso que levavam.

Huck já estava de sentinela quando viu as luzes do barco passarem para além do cais. Não ouviu barulho a bordo, porque iam todos calados e quietos, como é costume depois de um dia muito fatigante; não percebeu que barco era aquele, nem o motivo porque não parava no cais mas, atento como estava à sua missão, não pensou mais no caso. A noite ia-se tornando escura e enevoada. Cerca das dez horas o barulho dos carros cessou, começaram a apagar-se as luzes dispersas, desaparecendo os transeuntes, e a aldeia entregou-se ao sossego habitual, deixando a pequena sentinela sozinha com o silêncio e os fantasmas. Bateram onze horas e as luzes da estalagem apagaram-se.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 138

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174