Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 4: Capítulo 4

Página 18
Nunca se compreendeu, nem talvez venha alguma vez compreender-se, onde é que os rapazes do Oeste possam ter ido buscar a ideia de que alguém falsificasse uma arma daquelas! Tom esforçou-se por fazer com ela umas incisões, e preparava-se para começar na secretária quando o mandaram arranjar-se para ir para a doutrina. Mary deu-lhe um alguidar de zinco cheio de água e um bocado de sabão. Ele passou para fora da porta, pôs o alguidar em cima dum banco, meteu o sabão na água e esfregou-o; arregaçou as mangas, deitou a água fora com muito cuidado e, voltando para a cozinha, pôs-se a limpar a cara à toalha que estava atrás da porta.

Mary puxou pela toalha e disse:

- Não tens vergonha, Tom? Como podes ser assim? A água não te faz mal.

Tom ficou um pouco desconcertado.

Quando a prima tornou a encher o alguidar, curvou-se sobre ele e demorou-se assim uns momentos, como a tomar coragem; respirou fundo e começou. Pouco depois entrou na cozinha, de olhos fechados, e procurando a toalha às apalpadelas. Da cara escorria-lhe água e sabão. Mas, quando afastou a toalha, ainda não estava como devia, porque a região limpa não ia além do queixo e das bochechas. Era como uma máscara. Para baixo e para lá desta linha havia uma extensão enorme onde a água não tinha chegado. Mary tomou conta dele, e, quando o deu por pronto, já então não havia diferença de cor entre a pele da cara e a do pescoço. Tinha o cabelo encharcado e cuidadosamente escovado, todo em caracóis. (Secretamente e à custa de muito trabalho e dificuldade, Tom costumava alisar as madeixas, fazendo o possível por colar o cabelo à cabeça; achava que os caracóis davam um ar efeminado e os seus arreliavam-no muito.)

Então Mary trouxe-lhe a roupa que costumava vestir aos domingos, havia já dois anos, e a que a família chamava simplesmente o outro fato. Por aqui se vê que não tinha muito que vestir. Quando ele se aprontou, a pequena esteve a compô-lo: abotoou-lhe o casaco até ao queixo, voltou para baixo o enorme colarinho da camisa, escovou-lhe o fato e pôs-lhe na cabeça o chapéu de palha.

Tom parecia agora muito melhor e aborrecido. E estava, na verdade, tão aborrecido como parecia, porque o incomodava e constrangia extraordinariamente o fato dos domingos e o asseio. Teve esperança de que Mary se esquecesse dos sapatos, mas até esta esperança foi vã; a prima passou-lhos todos com sebo, como era costume, e trouxe-lhos.

<< Página Anterior

pág. 18 (Capítulo 4)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 18

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174