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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 2
Não é fácil educar crianças sem lhes bater, está provado. Ando a preparar um futuro triste para nós ambos, bem sei. Ele tem o diabo no corpo, mas, valha-me Deus, é o filho da minha irmã que morreu, e não tenho alma de o castigar. Sempre que o deixo escapar, pesa-me a consciência, se lhe bato dói-me o coração. Lá diz a Bíblia que as pessoas, mal nascem, começam a passar trabalhos. É uma grande verdade! Ele esta tarde há-de faltar à escola e amanhã ver-me-ei obrigada a fazê-lo trabalhar para o castigar. É muita severidade impor-lhe trabalho aos sábados, quando todos os rapazes andam a brincar, mas ele detesta o trabalho acima de tudo e eu tenho de cumprir o meu dever para com ele, ou acabo por ser a sua ruína.

Tom faltou realmente à escola e andou a divertir-se. Voltou para casa precisamente na altura de ajudar Jim, o pretinho, a serrar a lenha para o dia seguinte e a rachar os cavacos antes da ceia, e chegou pelo menos a tempo de contar as suas aventuras a Gim, enquanto este fazia três quartos do trabalho. A tarefa que competia ao irmão mais novo de Tom - ou antes, ao meio-irmão de Tom -, Sid, e que era juntar os cavacos, estava já quase toda feita, porque Sid era um rapaz sossegado que não tinha aventuras, nem fazia maldades.

Enquanto Tom ceava e roubava torrões de açúcar sempre que podia, a tia Poliu fez-lhe várias perguntas cheias de malícia e muito profundas, porque queria armar-lhe uma ratoeira e levá-lo a fazer revelações. Como muitas outras pessoas de alma simples, a sua maior vaidade era julgar-se dotada de um talento especial para as complicações diplomáticas e gostava de admirar as suas mais ingénuas artimanhas, como maravilhas de habilidade. Assim, perguntou:

- Não achaste que estava hoje muito calor na escola?

- Sim, tia.

- Mesmo muito quente, não?

- Sim, tia.

- Não te apeteceu ir nadar, Tom?

Tom sentiu passar através do seu espírito qualquer coisa como uma suspeita e olhou para o rosto da tia Poliu. Não percebendo nada, respondeu:

- Não, nem por isso.

A senhora estendeu a mão para apalpar a camisa de Tom e observou:

- Mas não estás muito quente agora, apesar disso.

Lisonjeava-a a ideia de ter descoberto que a camisa estava seca, sem ninguém perceber a sua intenção. Mas Tom adivinhou-lhe o pensamento e calculou qual ia ser a pergunta seguinte.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 2

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174