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Capítulo 14: Capítulo 14

Página 73
De vez em quando encontravam recantos confortáveis, atapetados de relva esmaltada de flores.

Viram imensas coisas que os deliciaram, mas nada lhes causou admiração. Descobriram que a ilha tinha cerca de três milhas de comprido por um quarto de milha de largo e que um estreito canal, de menos de duzentos metros de largo, a separava da margem mais próxima.

Deitavam-se à água para nadar quase de hora a hora, e só ao meio da tarde voltaram ao acampamento. Tinham fome de mais para se demorarem a pescar; mas comeram bem presunto frio, e depois estenderam-se à sombra a conversar. Em breve a conversa começou a esfriar e, por fim, todos se calaram.

O silêncio, a solenidade da floresta e a solidão tinham certa influência no espírito dos rapazes. Puseram-se a pensar e assaltou-lhes o espírito uma espécie de desejo indefinido, que pouco a pouco foi tomando forma. Sentiam saudades de casa, e até o próprio Finn, o Mãos Sangrentas, recordava tristemente as suas soleiras de porta e barris vazios. Mas todos eles tinham vergonha da sua fraqueza e não confessavam o que pensavam.

Havia já algum tempo que os rapazes julgavam ouvir um barulho à distância, exactamente do mesmo modo que às vezes se sente o bater de um relógio sem lhe dar atenção, mas o som misterioso foi-se tornando mais pronunciado, e surpreendidos, os rapazes olharam uns para os outros, pondo-se à escuta. Houve um longo e profundo silêncio e depois ouviram um estrondo.

- Que é isto? - perguntou Joe, ofegante.

- Não sei! - segredou Tom.

- Não é trovoada - declarou Huckleberry, entre receoso e intrigado - porque a trovoada...

- Caluda! - disse Tom. - Escuta e não fales!

Esperaram uns momentos, que lhes pareceram intermináveis, e de novo o mesmo estrondo quebrou o silêncio.

- Vamos ver.

Puseram-se de pé e correram para a margem, em frente da aldeia. Aí espreitaram por entre os arbustos e viram o vapor de transporte mais de meia milha abaixo da aldeia, seguindo a favor da corrente, com o convés cheio de gente. Em volta do vapor havia uma quantidade de barcos de remos, mas os rapazes não distinguiam o que faziam os homens dentro deles. Pouco depois um grande jacto de fumo branco saiu de um dos lados do vapor, espalhando-se numa nuvem vagarosa, ao mesmo tempo que os rapazes ouviram novo estrondo.

- Agora já sei! - exclamou Tom. - Mogou-se alguém.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 73

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174