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Capítulo 18: Capítulo 18

Página 93

E a tia, muito zangada, mandou-o calar.

- É verdade que sim. Com certeza estava aqui um anjo escondido em qualquer parte.

- E Mrs. Harper contou-lhe então que o Joe a tinha queimado com uma bicha de rabiar e a tia contou-lhe o que se tinha passado com o Peter e o estimulante.

- Exactamente assim, tão certo como eu estar aqui.

- Depois conversaram um bocado a respeito da dragagem no rio para

nos procurarem e dos ofícios fúnebres de domingo. Então a tia e Mrs. Harper abraçaram-se a chorar antes de ela sair.

- Passou-se tudo como tu dizes. Se tivesses estado presente não poderias contá-lo melhor. E em seguida que aconteceu?

- Pareceu-me que a tia estava a rezar por mim, porque a vi ajoelhar e ouvi as palavras que disse. Fiquei tão triste, que, quando se deitou, escrevi num bocado de casca de sicômoro: «Não morremos; fugimos para irmos ser piratas.» Pus isto em cima da mesa ao pé do candeeiro, mas, quando olhei para a tia, curvei-me e beijei-a.

- Tu fizeste isso, Tom? Tu fizeste isso? Perdoo-te tudo só pelo que fizeste! - declarou, agarrando-o e abraçando-o com tal força que o rapaz se sentiu o mais criminoso dos vilões.

- Foi uma grande bondade, mesmo não passando de sonho! - resmungou Sid de maneira que o pudessem ouvir.

- Caia-te, Sido Uma pessoa faz em sonhos aquilo que era capaz de fazer acordada. Aqui está uma maçã, Tom, que guardei para te dar, se alguma vez aparecesses. Agora vai para a escola. Voltaste e por isso dou graças a Deus, nosso Pai, que sofreu tanto e perdoou àqueles que O acreditaram e à Sua palavra. Talvez eu não mereça toda a Sua bondade, mas se só os que a merecem tivessem a ajuda da Sua mão nas horas difíceis, poucos haveria neste mundo que sorrissem ou que viessem a entrar no Seu reino quando chegasse a noite final. Vão-se daqui, filhos. Vão; Sid, Mary e Tom, que já me estorvaram de mais.

Os pequenos saíram para a escola e a tia Polly apressou-se a ir ter com Mrs. Harper, com a intenção de deitar por terra o seu realismo contando -lhe o sonho maravilhoso de Tom. Sid teve o bom senso de não dar a perceber o que pensava ao sair de casa e que era isto:

- Não acredito lá muito num sonho tão comprido e tão certo. Tom estava agora transformado num herói. Não ia a correr nem a saltar, mas sim com ar digno, como compete a um pirata que se sente o ponto de mira do público. Era-o de facto e, embora fizesse o possível por fingir que não via os olhares que o seguiam nem os comentários feitos à sua passagem, tudo isto era para ele um prazer.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 93

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174