As Aventuras de Tom Sawyer - Cap. 29: Capítulo 29 Pág. 141 / 174

Ao aperceber-se de que o silêncio era absoluto, deu graças ao destino e, voltando-se devagar, entre os sumagres, procurou um caminho, que seguiu rapidamente, mas com cautela. Ao chegar à pedreira, sentiu-se seguro e deitou a correr pela encosta abaixo em direcção à casa do galês. Bateu à porta, e daí a pouco o velhote e os dois filhos apareceram à janela.

- Que barulho é este? Quem está aí? O que quer?

- Deixe-me entrar depressa. Já digo tudo.

- Porquê? Quem és tu?

- Huckleberry Finn.

- É Huckleberry Finn, de facto! Não parece um nome capaz de fazer com que se abram as portas! Mas deixem-no entrar, filhos, e vamos ver o que ele quer.

- Por tudo lhes peço que não digam que fui eu que lhes contei! - suplicou Huck mal entrou. - Eram capazes de me matar, com certeza, mas a viúva já tem sido boa para mim muitas vezes e quero dizer... Conto tudo se prometerem que não me denunciam.

- O rapazinho tem com certeza alguma coisa que dizer! - exclamou o homem. - Fala lá, que ninguém vai acusar-te, rapaz!

Passados três minutos, o velho e os filhos, bem armados, subiram a colina e meteram por entre os sumagres, nos bicos dos pés e de armas assestadas. Huck não chegou mais longe. Escondeu-se por detrás de uma pedra enorme, e ficou à escuta. Houve um longo silêncio, no fim do qual se ouviram tiros e um grito.

Huck não esperou mais para deitar a correr pela encosta abaixo, tão depressa quanto as suas pernas podiam levá-lo.





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