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Capítulo 9: IX

Página 138
ª D. Madalena, vive um filósofo - disse Augusto, indicando outro ponto da perspectiva.

- É verdade; o bom do Tio Vicente.

- Tio Vicente? Quem é o Tio Vicente? Temos mais algum tio, com que eu possa aumentar o meu parentesco na aldeia?

- O Tio Vicente é um santo velho, que se ocupa a colher ervas pelos montes e vales para fazer remédios, que dizem milagrosos.

Ainda é nosso parente, mas em grau muito arredado; contudo chamamos- lhe tio, assim como quase toda a gente por aqui.

- Que sombras negras são aquelas que se vêem no adro da igreja? - perguntou Cristina.

- Na igreja? Ah! acolá? É verdade, parece um cordão de formigas - disse Henrique de Souselas.

- São as mulheres que vão ouvir o missionário - respondeu a Morgadinha. - Escutem, lá está a tocar o sino.

Efectivamente chegavam ao alto do monte as débeis, mas sonoras badaladas do campanário da aldeia.

- A estas horas principiam as lamentações daquele pobre Zé P’reira, que tão mal olhado anda por a mulher, desde que ela deu nessas devoções - notou Augusto, sorrindo, a lembrar-se da cena doméstica a que na véspera assistira.

- Degenerou aquela mulher! - disse Madalena - e, se quer que lhe fale verdade, Sr. Augusto, custa-me ver o Cancela deixar a Lindita entregue assim a essa gente quando sai da terra. A pequena é tão apreensiva!

- Visto isso, já chegou aqui à aldeia a influência dos missionários? - perguntou Henrique.

- E não tem lavrado pouco! - tornou Madalena.

Cristina, que era um poucochinho devota, censurou timidamente as palavras da Morgadinha.

- Primo Henrique - disse ela - julgo que ainda será preciso o seu auxílio para livrar do contágio esta inocente Cristina.

- Pronto, prima Madalena; para as boas causas tenho sempre armada a minha vontade.

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pág. 138 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 138

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506