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Capítulo 9: IX

Página 139

- Olha, Lena, não vês? - exclamou Cristina. - São os pequenos que nos estão a dizer adeus das janelas do mirante.

De facto nas mais altas janelas do Mosteiro agitavam-se uns lenços brancos.

Mariana e Eduardo haviam-se erguido para saudarem, de longe, a irmã e a prima. Estas tiraram também os lenços e corresponderam- lhes aos sinais.

Interrompeu-as a voz de Henrique, dizendo:

- Anuncio a V. Ex.ªs que chega o rei da criação.

Efectivamente o cume do telhado da ermida e as franças despidas da alameda já se tingiam de luz.

Todas as vistas se voltaram para o oriente. Assinalava-o uma esplêndida faixa de púrpura, que, em insensível gradação, desmaiava para as extremidades até se perder de todo no azul-celeste.

Rompia já, do meio dela, um pequeno segmento do Sol; depois, o astro inteiro aparecia afogueado e vermelho, como um escudo de metal candente, e logo se desprendeu da Terra, donde parecia surgir, e subiu nos ares, como um brilhante aeróstato, ao qual se rompessem as prisões que o retinham.

O monte inundou-se de luz. O vale, em baixo, estava ainda envolto nas meias sombras da madrugada.

Nisto apareceu do outro lado da capela um dos criados do Mosteiro, que veio anunciar que o almoço estava pronto.

- Pois deveras temos um almoço? - exclamou Henrique, sinceramente surpreendido.

- Graças à previdência de minha tia, previdência de que eu zombava em casa, mas que sou obrigada a admirar agora. De facto, parece-me que estes ares do monte e frescuras da madrugada lhes devem ter aberto o apetite - respondeu Madalena. E logo após continuou para Henrique: - Agora é ocasião mais acomodada de pôr em prática os recursos do seu galanteio, primo. Quer dar o braço a Cristina? Henrique, em quem a Morgadinha suspeitara a intenção de lhe render a ela a fineza, que assim declinou na prima, teve de condescender, limitando-se a exprimir num olhar as suas queixas, olhar que Madalena fingiu não perceber.

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pág. 139 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 139

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506