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Capítulo 17: XVII

Página 259

- Fica perto a casa dele? - perguntou Henrique.

- É ali, logo ao dobrar daquela esquina - respondeu Ângelo.

Henrique pensava:

- Seria para provocar uma explicação que ela fez a pergunta? Esta mulher é admirável! Não lhe sei resistir.

E já lhe não restavam vestígios da impressão causada por Cristina.

- Este ervanário - continuou ele em voz alta - deve, pelos seus hábitos excêntricos e até pelo solitário do sítio em que vive, ter aqui na terra certa famazinha de feiticeiro.

- E tem - afirmou Madalena - mas de feiticeiro bem intencionado.

- Devem correr muitas fábulas a respeito dele, do seu viver.

- É certo que poucos se atrevem a passar aqui de noite, apesar de todo o bem que ele faz de dia.

- Ah! Então temem-se de passar aqui de noite!... Pobre homem!... O que lhe valerá é algum espírito forte que ainda por aí haja, na aldeia. Que diz, prima Madalena? Haverá?

Antes que a Morgadinha respondesse, Ângelo disse:

- À excepção de Augusto, que aí vem quase todas as noites, ninguém mais o visita.

- Ah... O Sr. Augusto vem aí quase todas as noites?! Madalena lutava para reprimir a impaciência.

- Lá me parecia que havia de existir alguém de coragem. Para tanto não chegava o seu ânimo, não, prima?

- Tanto chega, que já muita vez ali tenho ido só e a altas horas - respondeu Madalena, com a maior firmeza.

- Sim? E não tem medo?

- De quê? De almas do outro mundo? Não tenho crença para tanto. De malfeitores? Não os há aqui. Nesta terra todos me respeitam, nem com uma suspeita me ofendem - disse a Morgadinha, acentuando com expressão as últimas palavras.

Henrique acudiu imediatamente.

- Longe de mim duvidá-lo.

E calaram-se por muito tempo.

Pela sua parte prosseguia o conselheiro no caminho para casa do ervanário.

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 259

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506