Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 24: XXIV

Página 376

- Menos eu - exclamou o morgado.

- Se Deus quiser, também vossemecê se há-de lá enterrar.

- Diabos me levem se...

- Pelos modos - disse um padre do lado - eles enterram a rapariga no túmulo da família do conselheiro.

- Pois vedes; se eles são todos da mesma confraria! - ponderou o Pertunhas.

- E se não, é ver no outro dia o que o Herodes fez ao missionário! Então julgam que aquilo não foi combinação? - disse o padre.

- Dizem que o Herodes ganhou vinte soberanos para lhe bater - acrescentou um lavrador.

- A mim me disseram que trinta.

- Sempre uma pouca vergonha como aquela!

- E verão que não lhe sucede mal.

- Pois não, não; ele está ali, está na rua.

- Diz-se que o soltam à fiança.

- Não pode ser; aquele crime não tem fiança - ponderou um fazendeiro, que se tinha por muito visto em demandas e coisas da justiça.

- Ora adeus! Com o que você vem! Querendo eles...

- Aquilo parece uma seita.

- E ainda aí está? Pois já se sabe que eles são pedreiros-livres.

- E o tal lisboeta?

- Esse, então, é que é daqueles! O Sr. Joãozinho pestanejou, ouvindo falar de Henrique.

- Ah! É do tal petimetre que falam? No tal que foi para a igreja caçoar com o missionário? Sempre vocês são uns homens de lama, também! Ó Cosme - continuou, voltando-se para um alentado camarada que estava ao lado dele - olha aquilo connosco, hem? Onde estaria o amigo? O valentão sorriu modestamente, encolhendo os ombros.

- Pois, senhores - prosseguiu o Brasileiro, que não queria deixar arrefecer o entusiasmo e a irritação do público.

- Hoje decide-se a coisa... Daqui a uma hora está enterrada a pequena e depois... o uso faz lei.

- Isso é que é verdade - secundou o Pertunhas.

- Faz lei enquanto eu não me lembrar de ir desenterrá-la - respondeu, cada vez mais azedado, o Sr.

<< Página Anterior

pág. 376 (Capítulo 24)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 376

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506