Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 28: XXVIII

Página 424

- Está convencido de que o pode salvar, ela?

- Não há credo que professe com mais fé.

- Porque não vai então ajoelhar ao lado dela e jurar-lho?

- E consente?

- A Morgadinha respondeu-lhe, conduzindo-o ao princípio de umas estreitas escadas que, pela espessura da parede, iam do coro para a capela-mor.

- Aí tem o caminho - disse ela. - Siga-me.

E, servindo-se da lanterna de furta-fogo, foi descendo com precaução.

Henrique seguia-a.

No fim da escada, Madalena ocultou de novo a luz, e, dados mais alguns passos, parou junto de um reposteiro.

- Agora faça o que lhe ditar o coração - disse ela para Henrique.

Este correu o reposteiro com precaução, e achou-se na capela.

Cristina rezava ainda, e, como a porta por onde Henrique entrara ficava por detrás dela, não o viu chegar.

Henrique ficou a contemplá-la todo o tempo que ainda durou a oração.

Ao levantar-se, Cristina, voltando a cabeça, descobriu-o, e soltou um grito de susto. A obscuridade que havia na capela não lhe deixou perceber logo quem fosse, o que mais lhe aumentou o terror.

Henrique caminhou para ela, dizendo-lhe:

- Não tenha receio, Cristina. Sou eu.

Reconhecendo-o, a tímida rapariga ficou espantada. Como se explicava a presença de Henrique naquele lugar? Nem tempo teve de imaginar explicações; Henrique acrescentou:

- Sou eu, Cristina; eu a quem a menina salvou e por quem com tanto fervor veio rezar aqui. Obrigado, mais uma vez lhe digo: obrigado, Cristina. Quis fazer-me compreender todos os castos e abençoados prazeres da família; depois de me dedicar as suas vigílias, dedicou-me as suas orações. Deixe-me beijar-lhe a mão com todo o afecto, com toda a paixão que pode haver na minha alma.

E, dizendo isto, levou aos lábios a mão, que ela, de enleada, nem ousou retirar das suas.

<< Página Anterior

pág. 424 (Capítulo 28)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 424

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506