Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 32: XXXIII

Página 492
a Morgadinha, e dizia:

- Venceste, Lena! Agora está bem provada a inocência dele, até para os que mais duvidavam!

- E quem não duvidaria? - acudiu o conselheiro, como para se desculpar da desconfiança.

- Quem o conhecesse bem, meu pai - respondeu Madalena, a quem a comoção recebida dava animação ao olhar e ao semblante.

- Eu e Ângelo, por exemplo.

- E então eu? - acrescentou Cristina. - Eu não entro na conta?

Esta reclamação valeu-lhe da parte da prima a paga do beijo que recebera.

- Olhem o pobre rapaz! - dizia D. Vitória, sinceramente consternada.

- E eu que o tratei tão mal! Bem me dizia ele: «Não tenha pressa de dizer nada a seus filhos, minha senhora; não lhes ensine a duvidar de um homem que eles se costumaram a amar e a respeitar». E o caso é que eu, desde que lhe ouvi dizer aquilo, de um modo tão sério e triste, fiquei ressentida e não disse nada às crianças, que todos os dias me perguntam ainda por ele.

- Mas... - dizia D. Doroteia, deveras embaraçada - eu não sei ainda bem do que se trata. Pois suspeitavam de Augusto?... Mas o quê?...

- Ó tia Doroteia - atalhou Henrique - por quem é, não insista na pergunta. Depois que se sabe que uma suspeita é falsa, não há nada que mais escalde os lábios do que obrigá-la de novo a passar por eles.

- Tens razão, menino. E que precisão tenho eu de saber uma coisa que não é verdadeira? Mas na verdade! Suspeitarem de Augusto! Ah! Henrique, está-me a parecer que também tu tens esse pecado a pesar-te na consciência. Ora anda lá.

- Não, tia. Há muito que lhe faço justiça. Ao princípio não digo que não. Mas durou pouco tempo e já estava arrependido. Augusto convenceu-me pela maneira com que me falou, convenceu-me sem provas, e até se, em expiação, me não pus em campo a auxiliá-lo a justificar-se, é porque ele exigiu que me abstivesse disso, e, depois, o meu desastre.

<< Página Anterior

pág. 492 (Capítulo 32)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 492

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506