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Capítulo 32: XXXIII

Página 501

E, acabando de dizer estas palavras, Augusto inclinou-se respeitosamente diante do conselheiro, e ia a sair, depois de lançar a Madalena um extremo olhar de despedida.

A Morgadinha, porém, ergueu-se, e, apesar dos esforços de Cristina para a reter, veio colocar-se no caminho de Augusto, e, estendendo-lhe a mão, disse:

- Não saia, Augusto. Em nome de meu pai lhe peço que não saia.

- Madalena! - disse o conselheiro com severidade.

- Sim, em seu nome, senhor, porque quero livrar-lhe o futuro de remorsos; sim, em seu nome, porque hei-de fazer-lhe ouvir a voz do coração, que tantas vezes desatende, arrependendo-se amargamente depois.

- Madalena! - repetiu o conselheiro com mais força.

- Minha senhora! - disse Augusto.

Porém a Morgadinha obedecia agora inteiramente à veemência do seu carácter apaixonado.

- Sinceramente revelei há pouco os sentimentos do meu coração; todos me ouviram; todos ouviram agora Augusto. Fale, senhor, com a mesma franqueza e lealdade com que nós o fizemos: poderá confessar a natureza dos escrúpulos que o obrigam a essa resistência? Não se envergonharia deles? E quer que lhe obedeça? Mas obedecer-lhe seria ofendê-lo, porque seria acreditar na constância dessa má paixão que o domina e no seu bom coração não pode ela durar muito tempo.

O conselheiro, no auge da irritação, ia talvez a responder violentamente.

Cristina e Ângelo tinham-se aproximado de Madalena; as outras senhoras principiavam a ensaiar em surdina as primeiras tentativas conciliadoras; Henrique meditava um plano de intervenção, que ele supunha já indispensável, quando um incidente veio interromper esta cena e modificar a feição crítica do caso.

O incidente foi a chegada de um criado de farda, pertencente ao serviço de um proprietário da vila próxima.

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pág. 501 (Capítulo 32)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 501

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506