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Capítulo 6: VI

Página 91

Quando o engenheiro partiu da aldeia, já Augusto sabia o francês bastante para se aperfeiçoar por si; este amigo deixou-lhe em lembrança grande parte dos seus livros, que Augusto releu muitas vezes.

Atingiu finalmente Ângelo a idade de precisar do colégio. O conselheiro, ao levá-lo consigo, insistiu mais uma vez com Augusto para que viesse também e aceitasse o legado da Morgada. Foi em vão; encontrou-o ainda inabalável.

E, desta vez, fez pública a sua desistência, e o ambicionado património foi concedido a outro.

Meses depois morria o velho mestre-escola da aldeia.

Augusto escreveu ao conselheiro, declarando-lhe que pretendia aquele lugar, que já havia muito tempo servia, e pedindo-lhe para que se interessasse por que ele o obtivesse. O conselheiro quis tirar-lhe da ideia tal projecto; escreveu-lhe que, na idade em que estava Augusto, o não ter ambições era indício de uma profunda doença moral; que a posição a que ele aspirava equivalia a uma sepultura estreita a que se acolhesse vivo. Augusto persistiu, porém, no intento, e o conselheiro empenhou-se por ele em Lisboa.

Conseguiu que uma portaria, meio pelo qual se faz em Portugal tudo que é contra lei expressa, o dispensasse da idade que ainda não tinha, pois mal completara dezanove anos, e Augusto foi, por conseguinte, admitido a concurso para tão pouco disputado lugar e provido nele por três anos. O conselheiro, a quem não fora impossível obter-lhe despacho vitalício, quis ver assim se, no fim dos três anos, o obrigava a abandonar tão laboriosa e mal recompensada carreira, e, de propósito, o fez despachar temporariamente. Conquanto o legado da Morgada tivesse tido já outra aplicação, o conselheiro não hesitaria em proteger, em qualquer carreira, o mestre de seu filho.

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pág. 91 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 91

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506