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Capítulo 6: VI

Página 92

Mas, ao fim de três anos, Augusto, apesar de por experiência conhecer já os espinhos da profissão, apresentou-se novamente ao concurso para obter novo despacho. Na época em que abrimos esta narração voltara Augusto de pouco de ultimar a nova prova; e estava pendente ainda a decisão do ministério competente. Desta vez tivera um competidor, homem muito protegido por influências da localidade, as quais ainda não tinham podido vencer a do conselheiro, que pugnava por Augusto.

Desde que fora para Lisboa, Ângelo não se esquecera de escrever amiudadas vezes a Augusto, contando-lhe dos seus estudos, e descrevendo-lhe a sua vida na capital; e, quando vinha a férias, procurava transmitir ao que fora seu mestre a ciência que durante o ano adquirira.

Foi assim que Augusto começou a estudar a língua inglesa, a Geografia e a História.

Recebido o primeiro impulso, a sua inteligência e aplicação faziam o resto.

Um homem que havia na aldeia e com quem cedo teremos de travar conhecimento, um velho ervanário, para alguns um sábio, para outros um louco, para todos um homem honrado, concorreu também, com o seu contingente, para a educação de Augusto.

De tempos a tempos, este velho misterioso apresentava-se em casa dele com um pacote de livros debaixo do braço e, sorrindo, pousava-lhos em cima da mesa.

Eram quase sempre aqueles que Augusto mostrava ou sentia mais desejos de possuir. Da primeira vez, Augusto fitou o ervanário com espanto. Ninguém o supunha rico: como podia ele, pois, obter aqueles livros, alguns dos quais eram de preço? O velho, porém, disse-lhe, ao perceber-lhe a surpresa:

- Não queiras saber da minha vida, rapaz. Supõe que eu tenho a servir-me uma vara de condão ou uma fada qualquer, e deixa correr.

Augusto acabou por persuadir-se de que o ervanário tinha acumulado riquezas, à força de economias; porque de economias vivera sempre.

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 92

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506