Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 2: Capítulo 2

Página 10
?

Tom pensou um instante, esteve quase a consentir, mas mudou de ideia.

- Não, não! Não pode ser, Ben. Bem vês, a tia Polly é muito exigente com este tapume. Deita para a estrada... Ainda se fosse do lado de trás não me importava e ela naturalmente também não. Mas ela tem lá umas esquisitices com esta vedação. O serviço tem de ser feito com muito cuidado. Em mil rapazes, talvez até em dois mil, não haveria outro que o fizesse como deve ser.

- Não? É assim difícil? Deixa-me experimentar! Só um bocadinho! Eu, se estivesse no teu lugar e tu fosses eu, deixava.

- Ben, eu também gostava de te deixar, palavra, mas a tia PolIy...

Olha, o Jim quis fazer isto e ela não deixou; Sid quis fazê-lo e ela não deixou. Ela não deixou o Sid! Já vês a minha atrapalhação. Se tu caiasses isto e acontecesse alguma coisa?!

- Ora! Tolices! Eu tomo tanto cuidado como tu. Deixa-me experimentar! Olha, dou-te as pevides da minha maçã.

- Pois sim... Não, Ben, não pode ser. Tenho medo...

- Dou-te toda a maçã que ainda tenho.

Tom abandonou o pincel, mostrando certa relutância, mas, com o coração cheio de alegria e enquanto aquele que pouco antes personificava o «Big Missuri» trabalhava e suava ao sol, o artista reformado sentou-se num barril à sombra, a abanar as pernas, a mastigar a maçã e a planear o sacrifício de outros inocentes.

Material não faltava, porque os rapazes passavam constantemente. Vinham para troçar, mas ficavam a caiar.

Quando Ben estava estafado, Tom aproveitou a ocasião para contratar Billy Fisher, que lhe deu uma estrela de papel em bom estado. Logo que este se mostrou farto, Johnny Miller deu um rato morto com uma corda atada ao rabo para que o deixassem caiar um bocado. O negócio continuou assim, e, quando se chegou ao meio da tarde, Tom deixara de ser o pobre que era de manhã, para nadar em riqueza, pois tinha adquirido, além das coisas já mencionadas, doze berlindes, parte de um berimbau, um estilhaço de vidro azul para ver através dele, o resto de uma espingarda, uma chave que não servia para nada, um pedaço de giz, a rolha de vidro de um frasco, um soldado de chumbo, um casal de rãs, um puxador de uma porta, uma coleira de cão - sem cão -, um cabo de faca, quatro bocados de casca de laranja e um bocado de caixilho de janela.

<< Página Anterior

pág. 10 (Capítulo 2)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 10

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174