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Capítulo 21: Capítulo 21

Página 107

Em certa altura, uma rapariga de ar tis te e melancólico, com a palidez «interessante» dos doentes de estômago, levantou-se para ler um trabalho do qual daremos apenas um curto extracto.

O ADEUS A ALABAMA DE UMA DONZELA DO MISSURI

«Adeus Alabama, minha querida Alabama! Tenho de te deixar e, embora não seja por muito tempo, dói-me o coração e tristes recordações turvam a minha fronte. Vagueei pelos teus bosques floridos e junto do suave Talapoosa; escutei as ondas do mar e orei junto do Coosa ao romper da aurora.

«Não me envergonho, entretanto, do meu amor por ti, nem coro das lágrimas que os meus olhos derramaram; não é uma terra estranha a que eu deixo nem é por estranhos que suspiro. Foi neste Estado que nasci e onde sempre me rodearam carinhos. E ao deixar os seus vales, ao ver apagar-se no horizonte a silhueta das suas torres, bem frios seriam os meus olhos, coração e espírito, se, querida Alabama, eu não chorasse por ti.»

Havia ali poucas pessoas que soubessem o que significava aquele amontoado de palavras, mas, mesmo assim, agradou muito. Em seguida apareceu uma rapariga morena, de olhos e cabelos negros, que parou um momento na beira do estrado, assumiu uma expressão trágica e começou a ler, num tom solene e compassado:

«A noite estava escura e tempestuosa. Lá no alto, em volta do trono, nem uma única estrela cintilava; mas a voz profunda do trovão vibrava constantemente, enquanto os relâmpagos aterradores se deliciavam por entre as nuvens do Céu, como se escarnecessem do poder exercido sobre os seus efeitos pelo ilustre Franklin! Os próprios ventos tempestuosos saíam das suas moradas místicas e sopravam como se quisessem ajudar a tornar a cena mais terrível.

«Naquela hora, tão escura e tão triste, o meu espírito suspirou por compaixão humana, mas em lugar dela veio até mim o meu maior amigo, meu conselheiro, meu amparo e guia, minha alegria na dor, minha salvação na alegria.

«Os seus movimentos eram como os desses seres que os jovens românticos fantasiam a caminhar pelas áleas cheias de sol do Paraíso, como uma rainha de beleza cujos únicos adornos fossem a sua formosura sem par. Era tão leve o seu passo que mal se ouvia, e passaria despercebida se não fora o estremecimento mágico que comunicava a tudo onde tocava.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 107

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174