As Aventuras de Tom Sawyer - Cap. 23: Capítulo 23 Pág. 117 / 174

- Tão perto como estou agora do senhor doutor.

- Estava escondido ou não?

- Estava escondido.

- Onde?

- Por detrás dos ulmeiros que ficam à beira da sepultura.

Injun Joe teve um estremecimento quase imperceptível.

- Estava alguém consigo?

- Estava, sim, senhor doutor. Fui lá com...

- Espere, espere um instante. É melhor não mencionar o nome do seu companheiro até que chegue a altura de ele aparecer. Levava alguma coisa consigo?

Tom não respondeu e pareceu confuso.

- Fale, meu rapaz. Não esteja acanhado. A verdade é sempre respeitável. O que ia lá levar?

- Só um... um gato morto.

Houve um sussurro de risos logo sufocados.

- Mostraremos em breve o esqueleto desse gato, mas, agora, meu rapaz, diga-nos tudo o que se passou. Conte-nos as coisas como souber, mas não omita nada e não tenha receio.

Tom começou a falar. A princípio mostrou-se hesitante, porém, à medida que se ia entusiasmando com o assunto, as palavras afluíam e, daí a momentos, não se ouvia o mais leve ruído além da sua voz. Toda a assistência estava com os olhos nele, de boca entreaberta e a respiração apressada, escutava-o, suspensa das suas palavras, sem dar pelo tempo, absorta na fascinação do que ouvia. Mas a emoção crescente chegou ao auge quando o rapaz disse: -... e quando o doutor pegou na tabuleta e a descarregou sobre Potter, Injun Joe, de navalha em punho, saltou e:

Rápido como um relâmpago, o mestiço correu para a janela, afastou os que quiseram opor-se-lhe, e fugiu.





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