- Tão perto como estou agora do senhor doutor.
- Estava escondido ou não?
- Estava escondido.
- Onde?
- Por detrás dos ulmeiros que ficam à beira da sepultura.
Injun Joe teve um estremecimento quase imperceptível.
- Estava alguém consigo?
- Estava, sim, senhor doutor. Fui lá com...
- Espere, espere um instante. É melhor não mencionar o nome do seu companheiro até que chegue a altura de ele aparecer. Levava alguma coisa consigo?
Tom não respondeu e pareceu confuso.
- Fale, meu rapaz. Não esteja acanhado. A verdade é sempre respeitável. O que ia lá levar?
- Só um... um gato morto.
Houve um sussurro de risos logo sufocados.
- Mostraremos em breve o esqueleto desse gato, mas, agora, meu rapaz, diga-nos tudo o que se passou. Conte-nos as coisas como souber, mas não omita nada e não tenha receio.
Tom começou a falar. A princípio mostrou-se hesitante, porém, à medida que se ia entusiasmando com o assunto, as palavras afluíam e, daí a momentos, não se ouvia o mais leve ruído além da sua voz. Toda a assistência estava com os olhos nele, de boca entreaberta e a respiração apressada, escutava-o, suspensa das suas palavras, sem dar pelo tempo, absorta na fascinação do que ouvia. Mas a emoção crescente chegou ao auge quando o rapaz disse: -... e quando o doutor pegou na tabuleta e a descarregou sobre Potter, Injun Joe, de navalha em punho, saltou e:
Rápido como um relâmpago, o mestiço correu para a janela, afastou os que quiseram opor-se-lhe, e fugiu.