Se eu estiver a dormir, atiras terra à minha janela para me acordares. - Fica descansado, que faço isso.
- E agora, Huck, que a tempestade passou, vou para casa. Daqui a pouco começa a romper o dia. Volta para a tua barrica e vigia bem a estalagem. - Prometi e cumpro. Durante um ano não me afastarei de lá. Durmo de dia e vigio de noite.
- Boa ideia. Mas onde vais dormir?
- No palheiro de Ben Rogers. Tanto ele como o criado preto, o tio
Jake, me deixam lá ficar. Acarreto água para o tio Jake, quando ele precisa e, por sua vez, quando não tenho que comer, peço-lhe, e ele reparte comigo. É muito bom, aquele preto. Gosta de mim, porque não o trato como se fosse menos do que eu, e até já algumas vezes tenho comido ao pé dele. Mas escusas de ir contar isto. Há coisas que as pessoas fazem quanto têm muita fome, mas não gostam que se saiba.
- Está bem. Se não precisar de ti durante o dia, deixo-te dormir e não vou lá maçar-te, mas se vires que de noite se passa alguma coisa, vai num salto até à minha rua e mia.