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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 19
Tom indignou-se, dizendo que era sempre obrigado a fazer aquilo de que menos gostava, mas Mary pediu-lhe, num tom persuasivo:

- Anda, Tom, sê bom rapaz!

Calçou os sapatos, muito mal-humorado. Mary aprontou-se rapidamente, e os três pequenos foram para a escola de doutrina, lugar que Tom detestava de todo o coração e de que Mary e Sid gostavam imenso.

A lição de doutrina costumava durar das nove às dez e meia. Em seguida era o sermão, para o qual ficavam sempre dois dos pequenos voluntariamente e Tom por mais fortes razões. Nas cadeiras de espaldar e sem estofo, que havia na igreja, podiam sentar-se cerca de trezentas pessoas. O edifício era pequeno e tinha em cima uma espécie de caixa de madeira a fazer de torre.

À entrada, Tom ficou para trás e aproximou-se de um camarada, vestido também com fato domingueiro.

- Dize cá, Billy, tens um bilhete amarelo?

-Tenho.

- Quanto queres por ele?

- Quanto dás?

- Um bocado de bolo e um anzol.

- Deixa ver.

Tom mostrou e, como a paga era satisfatória, a propriedade mudou de dono. Em seguida pagou com um par de berlindes três bilhetes vermelhos e com uma outra insignificância mais dois azuis.

Armou assim laços aos outros rapazes, à medida que entravam, e foi comprando bilhetes de várias cores durante mais dez ou quinze minutos. Por fim entrou na igreja com um enxame de rapazes e raparigas, muito asseados e barulhentos, foi para o seu lugar e começou a implicar com um rapaz que ficou perto. O professor, um homem idoso e grave, interveio, mas, mal virou as costas, Tom puxou o cabelo a um rapaz do banco seguinte e mostrou-se absorto na leitura, quando ele se virou para trás; passados momentos espetou um alfinete noutro, para o fazer gritar e apanhar uma reprimenda do professor.

Todos os companheiros de Tom eram do mesmo modelo - irrequietos, barulhentos e maçadores. Quando os chamavam para recitar a sua lição, nenhum sabia bem os versículos e tinham de ser ajudados todo o tempo. Mas assim mesmo isto dava-lhes muito trabalho e cada um deles recebia em recompensa alguns bilhetes azuis, cada um com uma passagem da Bíblia. Um bilhete azul recompensava a recitação de dois versículos. Dez bilhetes azuis valiam um vermelho e podiam trocar-se por ele; dez bilhetes vermelhos valiam um amarelo, e em troca de dez bilhetes amarelos o director dava ao aluno uma Bíblia modestamente encadernada e de pequeno valor.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 19

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174