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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 59

No seu íntimo, resolveram vigiá-lo de noite, sempre que tivessem ocasião, na esperança de avistarem o seu terrível senhor.

Injun Joe ajudou a levantar o corpo da vítima e a pô-lo numa carreta para o levarem dali, e entre a multidão segredou-se que a ferida tinha sangrado um pouco. Os rapazes imaginaram que isto ia indicar a verdadeira pista, mas ouviram dizer, com certo desapontamento, a mais de um aldeão, que o corpo estava nessa ocasião a menos de um metro de Muff Potter.

O terrível segredo de Tom e a sua consciência atribulada fizeram-no passar mal as noites durante mais de uma semana que se seguiu a isto. Certa manhã, ao primeiro-almoço, Sid disse:

- Dás tantos pinotes na cama e falas tanto a dormir que me obrigas a ficar acordado parte do tempo.

Tom empalideceu e baixou os olhos.

- Isto, é mau sinal - disse a tia Polly muito a sério. - O que te preocupa assim, Tom?

- Nada. Que eu saiba, nada.

No entanto, a mão do rapaz tremia de tal modo que entornou o café.

- E que coisas dizes! - continuou Sid. - A noite passada gritaste: «É sangue! É sangue! É o que é!» Repetiste isto não sei quantas vezes e depois pediste: «Não me atormentem! Não me atormentem, que eu digo.» Dizes o quê? O que é que tu dizes?

Tom via tudo andar à roda. Não sabia bem o que ia acontecer, mas felizmente a expressão da tia Polly desanuviou-se e, sem o saber, veio em auxílio de Tom, dizendo:

-Tudo por causa daquele crime terrível! Sonho com isso quase todas as noites. Já por mais de uma vez tenho sonhado que fui eu que o cometi.

Mary disse que também tinha estado muito impressionada e tudo isto pareceu satisfazer a curiosidade de Sido

Tom saiu dali o mais depressa que pôde, e, desde então, queixando-se de dores de dentes, passou a atar os queixos todas as noites antes de se deitar. Mal sabia que Sid o vigiava de noite, muitas vezes lhe desatava o lenço, ficando a escutá-lo soerguido sobre o cotovelo, e depois lho tornava a atar.

Pouco a pouco as preocupações de Tom foram diminuindo, a dor de dentes tornou-se maçadora e ele desistiu; mas se alguma vez Sid chegou a tirar conclusões das palavras que o irmão murmurava de noite em sonhos, nunca o disse a ninguém.

Parecia a Tom que os seus companheiros de escola não estavam dispostos a acabar nunca mais com inquéritos acerca de gatos mortos, que lhe não deixavam esquecer aquela terrível noite.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 59

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174