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Capítulo 12: Capítulo 12

Página 62
Experimentou então banhos quentes, banhos de semicúpio, banhos de chuva e banhos de imersão, mas o rapaz continuava triste como a noite, e ela começou a aliar o tratamento pela água com um regime de caldos de aveia e emplastros vesicatórios. Calculava a capacidade do rapaz como podia calcular a de uma vasilha, e enchia-o todos os dias com remédios para tudo.

Por essa altura já Tom se tinha tornado indiferente. Esta fase foi a que mais consternou a senhora. Precisava quebrar esta frieza a todo o custo. Ouviu então, pela primeira vez, falar num certo tónico e encomendou logo uma porção. Provou-o e ficou radiante. Era simplesmente fogo no estado líquido. Pôs de parte o tratamento pela água e todas as outras coisas. A sua fé ia agora inteiramente para a célebre novidade. Deu uma colher de chá de remédio a Tom e, ansiosa, esperou pelo resultado.

Logo as suas preocupações se desvaneceram e a paz voltou à sua alma, pois a «indiferença» desaparecera. Se pusessem uma fogueira debaixo de Tom, ele não poderia mostrar maior vivacidade.

Tom achou que já era tempo de despertar; aquele género de vida podia ser muito romântico para as suas condições, mas começava a ser demasiado sentimental e monótono. Pensou, pois, em vários processos de o modificar, e decidiu por fim mostrar grande predilecção pelo tal tónico. Assim, pedia-o tanta vez que acabou por se tornar maçador, e a tia disse-lhe que o tomasse quando quisesse, sem a importunar. Se tratasse de Sid, ela ficaria muito descansada com esta solução, mas, tratando-se de Tom, começou a vigiar a garrafa às escondidas; o remédio diminuía, de facto, e não ocorreu à senhora que o rapaz o desse a tomar a uma fenda do chão do quarto.

Um dia, quando Tom estava aplicando esse tratamento, apareceu junto dele o gato amarelo da tia fazendo ronrom e olhando gulosamente, como quem pede para provar. Tom disse-lhe:

- Não mo peças, a não ser que o queiras, Peter. Mas Peter mostrou realmente que o queria.

- Vê lá bem se tens a certeza.

Peter tinha a certeza.

- Já que mo pedes, vou dar-to, porque não sou avarento, mas, se vires que não gostas, não te queixes de ninguém senão de ti próprio.

Peter concordou, por isso Tom conservou-lhe a boca aberta e fê-lo engolir uma colherada de remédio.

Peter deu um pino te de alguns metros de altura, soltou um grito de guerra e pôs-se a correr à roda da casa, tropeçando nos móveis, virando jarras de flores e espalhando a ruína à sua volta.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 62

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174