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Capítulo 12: Capítulo 12

Página 63
Em seguida, pôs-se de pé nas pernas de trás e deu uns saltos esquisitos, louco de gozo e proclamando em guinchos a sua felicidade irreprimível. Continuou a correr pela casa, espalhando a destruição no seu caminho.

A tia Polly entrou a tempo de o ver dar várias cambalhotas e, com um guincho fortíssimo, sair pela janela aberta, levando à frente os vasos de flores que ali estavam. A senhora ficou petrificada de espanto a olhar por cima dos óculos, enquanto Tom se deitava no chão, morto de riso.

- Tom, que tem o gato?

- Não sei, tia! - respondeu o rapaz entre gargalhadas.

- Nunca o vi desta maneira. Porque salta ele assim?

- Não sei, tia Polly. Os gatos brincam sempre deste modo quando estão muito contentes. - Achas isso?

Havia no tom de voz da tia Polly qualquer coisa que deu apreensões a Tom.

- Sim, tia. Pelo menos eu julgo que sim.

- Julgas?

- Julgo, sim, tia.

A senhora curvou-se a olhar com um misto de interesse e aflição. Só demasiado tarde ele adivinhou o motivo desse interesse. O cabo da colher indiscreta espreitava no chão, por debaixo da colcha, e a tia Polly pegou-lhe, mostrando-a ao sobrinho.

Tom virou-se e baixou os olhos, mas, sem hesitações, a tia Polly levantou-o pelo sítio do costume, que era a orelha, e bateu-lhe na cabeça com o dedal.

- Hás-de dizer-me porque fizeste isto ao pobre animal.

- Porque tive dó dele, que não tem nenhuma tia.

- Não tem nenhuma tia! O que tem uma coisa com a outra, meu estúpido?

- Tem muito. Se tivesse uma tia, já a esta hora ela o teria queimado, já lhe teria assado as tripas, tal e qual como se ele fosse gente.

A tia Polly sentiu remorsos, pois isto acabava de pôr o caso de outro modo; o que era cruel para um gato podia perfeitamente ser cruel também para um rapaz.

Estava agora arrependida e menos zangada. Com os olhos cheios de lágrimas, pôs a mão na cabeça de Tom e disse com brandura:

- Procedi assim na melhor das intenções, Tom, e o remédio fez-te bem.

Tom olhou para ela com um sorriso quase imperceptível e respondeu: - Eu sei, tia, e «também» foi na melhor das intenções que o dei a Peter.

A prova de que o remédio «também» lhe fez bem a ele, é que nunca o vi como hoje.

-Vai-te daqui, Tom, vai-te daqui antes que me apoquentes mais. Vê se és bom rapaz, ao menos por uma vez, e se não precisas tomar mais remédios.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 63

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174