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Capítulo 15: Capítulo 15

Página 77

Tom mal teve tempo de se esconder debaixo da cama.

Ficou ali, descansou, e, ao fim de um bocado, arrastou-se até um sítio onde quase podia tocar nos pés da tia.

- Mas como eu estava a contar - continuou a tia Polly - ele não era mau. Pode dizer-se que ele era só travesso. Era um pateta e um descuidado, sabe? Tão estouvado como um poldro, mas nada fazia por mal, porque tinha bom coração.

Aqui começou a chorar.

- Tal como o meu Joe. Sempre a fazer diabruras, mas no fundo bondoso e nada egoísta. Quando penso que lhe dei uma sova por tirar aquela nata, sem me lembrar que eu própria a tinha deitado fora por estar azeda... E nunca mais o tornarei a ver neste mundo! Pobre rapaz!

E Mrs. Harper soluçava como se lhe estalasse o coração.

- Tom está mais feliz agora! - disse Sido - Em todo o caso, se tivesse sido melhor...

- Sid! - repreendeu a tia.

Tom não podia vê-la, mas sentiu a indignação que passara no olhar da senhora.

- Não quero ouvir uma palavra contra o meu Tom, agora que morreu. Deus olhará por ele, não te preocupes. Oh! Mrs. Harper, não sei como hei-de viver sem o meu sobrinho! Não sei como hei-de viver sem o meu sobrinho! Queria-lhe tanto, apesar de me atormentar a maior parte das vezes!

- Deus o deu e Deus o levou! Abençoado seja o nome de Deus! Mas é tão triste, tão triste! Ainda no sábado passado o meu Joe deitou uma bicha de rabiar mesmo debaixo do meu nariz, e eu dei-lhe uma grande sova. Mal sabia eu que em breve... Se ele agora fizesse o mesmo outra vez, apertava-o nos braços e dava-lhe a minha bênção.

- Sim, sim, é exactamente o que eu penso, Mrs. Harper. Compreendo muito bem essa maneira de sentir. Ontem o meu Tom agarrou no gato e deu-lhe a beber o estimulante que comprei para ele; o animal parecia que queria deitar a casa abaixo. Deus me perdoe, mas não pude deixar de bater com o dedal na cabeça do pobre rapaz. Agora está livre destes trabalhos, coitado! As últimas palavras que lhe ouvi dizer foram de censura...

Mas estas lembranças eram demasiado fortes para a pobre senhora, que se deixou vencer pelo desgosto e começou a chorar. O próprio Tom sentia os olhos cheios de lágrimas e sentia mais que ninguém a «sua perda». Ao ouvir Mary chorar e dizer, de quando em quando, palavras cheias de bondade a seu respeito, passou a ter de si melhor opinião do que até então.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 77

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174