Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: Capítulo 15

Página 78
No entanto, a pena que sentia da tia dava-lhe um desejo enorme de sair de onde estava e mostrar-lhe que estava vivo; o desfecho teatral que esta cena podia motivar tentava-o fortemente, mas resistiu e ficou quieto.

Continuou a escutar, e depreendeu, de palavras soltas, que a primeira conclusão tirada fora de que os rapazes se haviam afogado enquanto nadavam; depois tinha-se dado por falta da jangada, e logo outros rapazes da aldeia contaram a promessa feita por eles de que, em breve, constaria «uma coisa»; então, as pessoas de juízo, ligando tudo, deduziram que os rapazes tinham fugido na jangada e aportariam sem demora à aldeia próxima.

Mas, perto do meio-dia, a jangada fora encontrada junto da margem do Missuri, cerca de cinco ou seis milhas abaixo da aldeia, e todos perderam a esperança. Os pequenos deviam ter-se afogado, se não a fome tê-los -ia obrigado a voltar a casa ao anoitecer ou mesmo antes. Julgava-se que os trabalhos para se encontrarem os corpos seriam infrutíferos, porque, sendo bons nadadores como eram, só se explicava que não viessem para terra por se terem afogado no canal. Fora isto na quarta-feira à noite, e, se os corpos não aparecessem até domingo, toda a ideia de os encontrar se devia afastar, e os ofícios fúnebres seriam rezados nessa manhã. Tom sentiu um arrepio.

Mrs. Harper despediu-se a soluçar e preparou-se para sair, mas, num ímpeto mútuo, as duas pobres senhoras abraçaram-se e choraram consoladamente antes de se separarem. A tia Polly mostrou-se mais terna do que queria, ao dar as boas-noites a Sid e a Mary. Sid choramingou e Mary saiu dali a chorar copiosamente.

A tia Polly ajoelhou-se e rezou por Tom, duma forma tão tocante, tão comovente, com palavras tão doces pronunciadas em voz trémula que, ainda ela ia a meio, já o rapaz estava debulhado em lágrimas.

Conservou-se em silêncio até muito depois de a tia se deitar, porque ela continuou a fazer lamentações e a suspirar, voltando-se na cama. Por fim, adormeceu. Então, o rapaz saiu do seu esconderijo e, de pé ao lado da cama, encobrindo um pouco a luz com a mão, ficou a olhá-la cheio de compaixão. Tirou do bolso a sua casca de sicômoro e colocou-a sobre a mesa, mas de repente ocorreu-lhe uma ideia e ficou a pensar.

Essa inspiração iluminou-lhe o rosto; tornou a guardar o rolo na algibeira, curvou-se e beijou a tia. Em seguida saiu rapidamente, fechando a porta atrás de si.

<< Página Anterior

pág. 78 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 78

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174