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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 8

- Corta agora! Ela não bate em ninguém, quando muito dá-nos com o dedal na cabeça, e sempre gostava de saber quem se importa com isso. Diz coisas horríveis, mas o que ela diz não faz doer, pelo menos quando não grita. Dou-te uma coisa maravilhosa. Dou-te um abafador.

Jim hesitou.

- Um berlinde, Jim! E é um abafador.

- Ó Deus! Coisa maravilhosa também achar! Mas, menino Tom, Jim ter medo senhora velha.

- Além disso mostro-te o meu pé doente.

Jim não passava de um ser humano e esta tentação era demasiado forte para ele.

Pôs o balde no chão, pegou no berlinde e curvou-se cheio de interesse para o dedo doente, enquanto o outro tirava a ligadura. Mas passado um momento corria pela rua abaixo, com o balde na mão e um certo sítio a arder. Tom recomeçara a caiar e a tia Polly retirava-se do campo de batalha com uma pantufa na mão e um olhar triunfante.

A energia de Tom foi de pouca duração. Começou a pensar nos divertimentos que tinha planeado para aquele dia e a sua tristeza aumentou. Em breve passariam por ali os rapazes em liberdade, a caminho das mais encantadoras expedições, e iam fartar-se de fazer troça dele por ter de trabalhar. Só de pensar nisto sentia-se corar. Tirou do bolso toda a sua fortuna e examinou-a. Eram bocados de brinquedos, berlindes e lixo. Talvez chegasse para comprar uma troca de trabalho, mas não era nem metade do necessário para comprar meia hora de liberdade. Tornou, pois, a meter os seus escassos bens na algibeira e pôs de parte a ideia de tentar comprar os rapazes. Mas no mesmo momento de tristeza e desespero teve uma inspiração. Nada menos que uma grande e magnífica inspiração.

Pegou no pincel e pôs-se a trabalhar tranquilamente. Pouco depois apareceu por ali Ben Rogers. De entre todos os rapazes, temia a troça daquele mais do que de algum outro. Ben vinha a saltar e a pular, o que provava bem como estava alegre e como gozava antecipadamente o que ia fazer. Vinha a comer uma maçã e, de vez em quando, soltava um melodioso grito seguido por um dingue-dongue-dingue-dongue, com o qual personificava um barco a vapor. Ao aproximar-se abrandou a velocidade, caminhou pelo meio da rua inclinando-se para estibordo, deu uma volta larga e trabalhosa, pois que representava o «Big Missuri» e fazia de conta que navegava com três metros de água. Era, ao mesmo tempo, barco, capitão e sinetas, por isso se imaginava na ponte de comando dando ordens e executando-as.

- Parem! Tlim-tlim-tlingue!

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 8

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174