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Capítulo 16: Capítulo 16

Página 86
À luz dos relâmpagos que riscavam o céu, tudo em volta se destacava com nitidez, tudo tinha um relevo através do véu da chuva: as árvores curvadas, o rio encapelado e branco de espuma, os recortes dos rochedos na outra margem.

A cada momento uma árvore gigantesca tombava vencida pelos elementos, partindo as outras em volta, e os trovões, mais fracos a princípio, eram agora estampidos secos e terríveis.

A tempestade na sua força máxima parecia a um tempo despedaçar a ilha, queimá-la, inundá-la até ao cimo das árvores, fazê-la ir pelos ares e ensurdecer todos os seres vivos que ali existiam.

Nunca na sua vida os rapazes esqueceriam aquela trágica noite passada na floresta.

Finalmente, a batalha terminou e as forças retiraram; as ameaças foram enfraquecendo e a paz voltou a reinar. Embora assustados, os rapazes tornaram ao acampamento, mas acharam que ainda tinham de dar graças a Deus, porque o grande sicômoro que abrigara as suas camas estava agora derrubado pela tempestade e eles encontravam-se longe quando isso acontecera.

Tudo no acampamento estava ensopado, incluindo a fogueira, porque eles tinham sido estouvados, como todos os da sua idade, e não se haviam prevenido contra a chuva. Tinham razão para se preocupar, pois estavam molhados e corri frio. Na sua desgraça mostraram-se eloquentes, mas logo descobriram que o lume tinha consumido a parte de baixo do tronco, junto do qual o tinham acendido - no sítio em que este fazia uma curva um pouco acima do chão. Assim, havia um bocado que se não molhara; com muita paciência juntaram bocadinhos de madeira, que lhes pareceu mais seca, e esforçaram-se por reacender o lume. Quando o conseguiram foram empilhando troncos maiores, até que as labaredas voltaram a crepitar e puderam aquecer-se. Secaram o que lhes restava de presunto, comeram e depois ficaram sentados junto do lume a falar da sua aventura até de manhã, pois não havia um palmo de terreno seco onde se deitassem para dormir.

Quando o Sol se ergueu, os rapazes começaram a sentir sono e foram deitar-se no banco de areia. Daí a bocado o calor era intenso e decidiram almoçar. Finda a refeição, sentiram as articulações presas, e uma vez mais se lembraram da família com tristeza. Tom percebeu e fez o possível por alegrá-los conforme pôde, mas nenhum deles se interessava já por berlindes, pelo circo, pela natação ou pelo que quer que fosse. Falou-lhes no segredo e o rosto iluminou-se-lhes.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 86

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174