Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 18: Capítulo 18

Página 96
Tom não ouvia sequer o que Amy lhe dizia e, quando ela se calava à espera de resposta, mal podia balbuciar uma palavra ou outra, que nem sempre vinha a propósito. Conservou-se no jardim por trás da escola, a passear e a sofrer com o espectáculo que tinha diante de si. Não podia afastar-se, mas punha-o como doido julgar, segundo as aparências, que Becky Thatcher nem sequer suspeitava de que ainda pertencesse ao número dos vivos. Contudo, ela não se esquecia da sua existência e sabia que estava a ganhar a sua batalha, mas queria fazê-lo sofrer o mesmo que sofrera.

A tagarelice alegre de Amy tornou-se-lhe intolerável e Tom falou em coisas que tinha que fazer. Era forçoso que as fizesse, e o tempo fugia. Tudo foi em vão, e a rapariga continuava a conversar.

- Nunca mais me verei livre deste diabo? - pensou ele.

Por fim afastou-se, dizendo que não podia deixar de ir e, parvamente, ela prometeu esperá-lo quando a escola acabasse. Estas palavras fizeram com que a detestasse mais ainda.

- Podia ser qualquer outro rapaz! - pensou Tom, rangendo os dentes. - Qualquer outro rapaz da aldeia, mas não aquele São Luís janota, que julga vestir bem e ser aristocrata. Já te dei uma sova no primeiro dia que cá apareceste e volto a dar-te outra, meu toleirão. É só questão de te apanhar a jeito. Vou e...

Então fez todos os movimentos como se batesse num rapaz imaginário, zurzindo o ar, dando pontapés e socos.

- Gostas, não gostas? Já apanhaste da conta, que é para saberes! Assim, a suposta sova terminou a seu contento.

Tom foi para casa ao meio-dia. A sua consciência não podia suportar a felicidade e gratidão de Amy, nem o seu feitio ciumento suportava o resto. Becky voltou a ver o seu livro de estampas com Alfred, mas, à medida que os minutos passavam sem que Tom voltasse para sofrer, o seu triunfo enevoou-se e perdeu o interesse; mostrou-se triste e distraída; por duas ou três vezes apurou o ouvido ao sentir passos, mas frustraram-se-lhe as esperanças e Tom não apareceu. Em certa altura, a sua tristeza era completa e sentiu-se arrependida de ter levado as coisas tão longe. Quando o pobre Alfred, vendo que ela não lhe dava atenção, sem perceber porquê, lhe disse várias vezes que olhasse para o livro, Becky impacientou-se e respondeu-lhe, muito áspera:

- Não me maces! Não me importo com isso.

Depois desatou a chorar, levantou-se e afastou-se dali.

<< Página Anterior

pág. 96 (Capítulo 18)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 96

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174