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Capítulo 9: IX

Página 142

- Uma declaração do mais puro afecto, do mais sincero sentimento, porque não?

- Ah! Pois, se eram essas de facto as suas intenções, peço-lhe que desista delas.

- Porquê?

- Porque não posso escutá-lo.

- Ou não quer.

- Ou não quero; seja. Teria eu a desventura de chegar tarde, prima? Acaso o seu coração já...

- Que impertinente pergunta? Se já, não tenho ainda no Sr. Henrique a necessária confiança para o tomar por confidente.

Conhecemo-nos apenas de ontem, que é o mesmo que não nos conhecermos. - E acrescentou logo depois: - Cristina, anda ser árbitra numa disputa entre mim e o primo Henrique.

- Que vai fazer? - perguntou-lhe Henrique, admirado.

Cristina aproximou-se; Augusto seguiu-a. Henrique não desviava os olhos da Morgadinha, que, sem lhe dar atenção, prosseguiu para Cristina:

- O primo Henrique falava com certa exaltação da doçura do teu carácter; o meu amor-próprio disse-me que - era pouco delicado estar assim a lisonjear uma mulher na presença de outra - e redargui por isso, pondo em dúvida a asserção e afirmando que havia um fermentozinho de maldade na tua doçura. Ele nega por impossível, eu insisto e estamos nisto. Agora dize tu.

Cristina corou intensamente e não teve que responder.

Henrique, que nas palavras de Madalena julgou ouvir algumas que, pelo sentido e inflexão com que foram ditas, lhe eram dirigidas, aceitou desafrontadamente a posição em que Madalena o colocara, e respondeu:

- Venci eu! O facto de querer a priminha poupar uma réplica amarga à acusação que lhe fazem é a mais eloquente prova, já não digo só da doçura, mas da natureza angélica do seu carácter. Já vê, prima Madalena, que «quando uma das mulheres que diz for como a nossa boa Cristina, não se podem admitir essas revoltas de amor- -próprio, a que aludiu».

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pág. 142 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 142

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506