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Capítulo 32: XXXIII

Página 489

Enfim chegou.

O conselheiro pôs de lado os memoriais e requerimentos; Henrique deu súbito desfecho ao jogo com um lanço absurdo, e ambos se precipitaram sobre os periódicos e cartas; Ângelo veio encostar-se ao espaldar da cadeira de Henrique.

O conselheiro principiou por ler uma carta.

Henrique rompeu a cinta do primeiro periódico.

- Oh! oh! - disse o conselheiro, logo às primeiras linhas que leu. -Temos crise ministerial. As eleições foram pouco favoráveis ao Governo; perderam-nas em quase toda a parte!

- Assim também se depreende do estilo em que vem escrito este artigo de fundo - disse Henrique.

- Dizem-me nesta carta que já se fala em que o ministério vai pedir a sua demissão.

- Este artigo alude apenas a uma reconstituição do gabinete.

- «O Governo - prosseguiu o conselheiro, lendo - nem espera pela constituição da câmara e cai por estes dias, infalivelmente.

Quando você receber esta, já talvez ele pertença aos livros findos».

- «Diz-se que há para esta noite conselho de ministros para resolver sobre qual o seu procedimento, visto a índole provável da futura câmara» - lia Henrique no periódico, que logo em seguida pôs de lado, para consultar outro.

- «Não imagina - continuava o conselheiro, lendo a carta - o movimento de ambições que vai já por aqui». Ora se não imagino!

- Um número do Sufrágio Nacional! - exclamou Henrique, abrindo segundo periódico. - Provavelmente, é alguma amabilidade que lhe dirigem, Sr. Conselheiro; eles que lho mandam!

- Sim, decerto. Como da outra vez. Veja lá - disse o conselheiro sorrindo -; aos moribundos tudo se perdoa.

Henrique correu a vista pela folha, para saber o que motivara a remessa dela para o Mosteiro, onde não costumava vir.

- Ah! Temos correspondência cá da terra! - exclamou por fim.

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pág. 489 (Capítulo 32)

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Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 489

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506