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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 45

Mas, agora, Tom, vendo que se enganara redondamente, sentiu a sua fé deveras abalada. Já muitas vezes tinha ouvido falar deste feitiço como eficaz e nunca tivera notícias de semelhante insucesso. Não lhe ocorreu que já experimentara isto várias vezes sem conseguir depois achar os lugares onde escondera os berlindes. Pensou no assunto algum tempo, e por fim supôs que alguma bruxa se tivesse metido no caso, quebrando o encanto. Resolveu então investigar. Olhou em volta, até que descobriu um lugar onde a areia fazia uma pequena cova. Deitou-se de bruços e, pondo a boca junto dessa depressão, disse:

- Formiga-leão, formiga-leão, responde ao que quero saber! Formiga-

-leão, formiga-leão, responde ao que quero saber!

A areia começou a mover-se. Passados momentos um bichinho preto apareceu, para logo se sumir outra vez, assustado.

- Não diz! Está claro que foi uma bruxa que se meteu nisto. Bem me parecia.

Sabia perfeitamente que era inútil lutar contra as bruxas, por isso desistiu, mas lembrou-se de que podia apanhar o berlinde que atirara fora e pôs-se a procurá-lo, cheio de paciência.

Como não conseguisse encontrá-lo, voltou à caixinha de madeira; colocou-se como lhe parecia ter estado da primeira vez, quando arremessara o berlinde, e, tirando outro do bolso, arremessou-o do mesmo modo, dizendo:

- Irmão, vai buscar o teu irmão!

Observou onde o berlinde tinha parado e foi ver, mas o segundo devia ter ficado demasiado perto ou demasiado longe dele, pensou. Tentou mais duas vezes e à terceira foi bem sucedido, pois os dois berlindes estavam a pequena distância um do outro.

Precisamente neste instante, o som de uma corneta de folha ouviu-se noutro ponto da floresta. Tom despiu com ligeireza o casaco e as calças; fez de um suspensório um cinto; afastou umas ervas por detrás do tronco; tirou de lá um arco, algumas setas, uma espada de madeira e uma corneta de folha; agarrando em tudo rapidamente, correu, de pernas nuas e com a fralda da camisa a voar. Passados momentos parou de baixo de um ulmeiro, tocou a corneta em resposta ao outro e começou a caminhar nas pontas dos pés, olhando, sempre cauteloso, para um lado e para outro, ao mesmo tempo que dizia baixo, para uns companheiros imaginários:

- Cuidado, homens! Não se deixem ver sem eu tocar!

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 45

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174