Juno sorria satisfeita, enquanto o poderoso Neptuno se dirigia assim a Apolo:
— Porque ficamos aqui nesta inércia, quando os outros já nos deram o exemplo! Não nos fica bem regressarmos ao Olimpo sem termos ao menos combatido. Para que procuras ajudar os cobardes troianos em vez de fazeres como nós?
O arqueiro Apolo, porém, respondeu-lhe:
— Com razão me chamarias de insensato se eu me pusesse a combater contigo por causa dos pobres mortais. Briguem eles entre si. Nós, os deuses, devemos ficar acima dessa contenda.
Dito isto, Apolo afastou-se, pois tinha aversão a brigar com o velho Neptuno, seu tio paterno. Mas a sua irmã, Diana, deusa dos bosques e da caça, começou a censurá-lo:
— Não passas de um cobarde, Apolo. Para que vives a gabar-te, dizendo que matas de longe e enfrentas qualquer um? Para que levas esse arco ao ombro? Será para dele tirar música? Quando estavas no palácio de nosso pai costumavas dizer que poderias lutar contra Neptuno e vencê-lo num combate frente a frente. Mas tudo não passava de mera gabarolice!
Apolo achou melhor não responder mas Juno, que ouvira as palavras de Diana, repreendeu-a severamente:
— Como ousas rebelar-te contra mim? Quando atiras sobre os mortais costumas esconder-te atrás das árvores. É melhor que te metas com os bichos do mato em vez de vires com insolências contra quem te é muito superior.