Quando tudo estava preparado para a batalha, dos píncaros do Olimpo Júpiter convocou os imortais para uma assembleia, durante a qual assim falou:
— Estou apreensivo, deuses imortais, com o resultado da batalha que se avizinha. Aprecio contemplar do alto a animação da guerra mas receio que os gregos, chefiados por Aquiles, arrasem a cidade de Tróia. É que não é isso que está marcado pelo destino. É preciso, pois, que todos vós baixeis ao campo de batalha para intervir. Que cada um ajude o partido que mais lhe interessar.
Os deuses, que não desejavam outra coisa, desceram pressurosos para a Terra. Juno, Minerva, Neptuno, Mercúrio e Vulcano foram colocar-se ao lado dos helenos. Tomaram o partido dos troianos Marte, Apolo, Diana, Latona e Vénus.
Enquanto os deuses se tinham mantido afastados da luta, os gregos avançavam sem que nada os pudesse impedir. Mas quando os imortais se meteram no campo de batalha, estabeleceu-se a confusão. Minerva, de pé na borda do fosso, gritava instigando os seus guerreiros. Do outro lado, Marte soltava gritos espantosos, impelindo os troianos à ofensiva. Neptuno abanou as montanhas e os rios foram projectados para fora dos seus leitos. Em resposta, o deus Apolo começou a desferir setas pontiagudas sobre as tropas gregas.
Enquanto isso, Aquiles procurava Heitor, pois era com ele que desejava bater-se. Mas foi Eneias que Apolo fez levantar-se contra o filho de Peleu, insuflando-lhe coragem e vigor. Tomando a forma de um dos filhos de Príamo, o deus aproximou-se de Eneias e perguntou-lhe:
— Então, Eneias, onde estão aquelas promessas audaciosas que fazias aos troianos, dizendo-lhes que combaterias frente a frente com o divino Aquiles?