O funesto Marte, instigado por Apolo, desceu do Olimpo e começou a percorrer as fileiras dos troianos, incitando-os com as seguintes palavras:
— Ó filhos de Príamo, até quando deixareis que as vossas tropas sejam desbaratadas pelo inimigo? Eneias, o mais bravo guerreiro depois de Heitor, foi posto fora de combate. Não fazeis nada para o vingar?
Ouvindo isto, Sarpedão, chefe dos lícios, disse a Heitor:
— Que é feito da tua valentia de outrora? Disseste um dia que sozinho conseguirias defender a cidade. Onde estão os teus irmãos e cunhados? Parece que fugiram todos e que só nós, que aqui estamos apenas como aliados, é que combatemos. Será que tens medo de ficar prisioneiro dos galegos?
Heitor sentiu-se ferido no seu amor próprio e, saltando do carro, percorreu o campo em todas as direcções, estimulando os guerreiros com novo ardor As suas palavras surtiram efeito, pois os troianos atiraram-se ao inimigo em hostes cerradas.
Para ajudar os troianos, o terrível Marte escureceu o campo de batalha com as trevas da noite e em toda a parte animava os troianos, aproveitando-se da ausência de Minerva, a deusa protectora dos gregos. Enquanto isso, Apolo foi até à cidade e de lá trouxe o valoroso Eneias. O que veio dar novo alento aos seus camaradas que se sentiram encorajados com a presença de destemido guerreiro.
Perceberam os gregos que os troianos atacavam com maior denodo, mas esmoreceram. Agamémnon exortava-os a que se portassem como homens.