Ouvindo os gritos de triunfo dos troianos pela vitória de Heitor e querendo averiguar o que acontecera, Menelau aproximou-se e, ao saber que Pátroclo fora morto, dirigiu-se até onde estava o cadáver.
O homem que ferira Pátroclo pelas costas, ao ver Menelau junto ao cadáver, saiu das fileiras troianas com uma lança, dizendo:
—Afasta-te, rei Menelau, e deixa-me despojar o morto. Fui, hoje, o primeiro a ousar golpear Pátroclo. Portanto, o seu corpo pertence-me e vou levá-lo para Tróia a fim de receber as honras de meu povo. Afasta-te, filho de Atreu, se não quiseres morrer também, atravessado pela minha lança.
E, dizendo isto, levantou a sua arma em atitude ameaçadora, mas Menelau não se moveu. Com o escudo sobre o corpo e a lança na mão direita, manteve-se ao lado do corpo de Pátroclo, para o guardar para Aquiles.
—Um homem não se deve gabar do facto de os deuses Ihe terem concedido um pouco de glória—respondeu-lhe Menelau.—Volta para junto dos teus companheiros e pára de provocar-me ou, de contrário, não viveras para te vangloriar em Tróia.
O troiano atirou, de imediato, a sua lança contra Menelau, que aparou o golpe com o escudo. No entanto, o troiano não conseguiu defender-se da lança que lhe foi atirada por Menelau e tombou morto.
Menelau teria carregado facilmente com o corpo de Pátroclo para fora do campo de batalha, pois os outros troianos, atemorizados com a morte do seu companheiro, não ousavam, de momento, enfrentar o rei de Esparta; mas Heitor, desistindo de perseguir os velozes cavalos de Aquiles, olhou para trás e, vendo Menelau, correu imediatamente em direcção dele.