Ilíada - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 17 / 178

Ao proferir estas palavras, Vulcano entregou-lhe uma grande taça e acrescentou:

- Tem paciência, minha mãe, e faz da fraqueza força pois, se assim não for, nem eu te poderei valer. Já uma vez, ao querer-te livrar da cólera de meu pai, ele me agarrou por um pé e me atirou para fora do Olimpo. Levei um dia inteiro a cair e fui parar a Lenos, mais morto do que vivo

Juno sorriu das graças do filho e segurou a taça que ele lhe oferecia. Vulcano dirigiu-se para o barril em que se encontrava o saboroso néctar e distribui-o pelos outros deuses. E todos se riram prolongadamente, ao vê-lo agitar-se de um lado para o outro, atarefadíssimo. o banquete durou até ao pôr do Sol e os imortais saciaram-se regiamente. Enquanto comiam, Apolo e as musas entoavam cantos divinos ao som da lira.

Finda a festa, retiraram-se os deuses para os seu aposentos. Só o pai dos deuses não conseguia dormir. Em sua mente, procurava maneira de atender ao pedido de Tétis. Depois de muito meditar, decidiu enviar a Agamémnon um sonho sedutor. Chamou o sonho à sua presença e disse-lhe:

- Sonho falaz e enganador, vai à tenda de Agamémnon e transmite-lhe estas palavras mentirosas: "Vencerás facilmente os troianos se os atacares imediatamente, pois assim o resolveram os imortais do Olimpo, por insinuação de Juno".

Assim falou Júpiter e o sonho partiu. E para melhor enganar Agamémnon, tomou a forma do velho Nestor e foi postar-se à cabeceira do chefe grego. Repetiu-lhe, uma por uma, as palavras do senhor do Olimpo e retirou-se, depois de se ter certificado que o rei tinha acreditado em tudo o que lhe sugerira.





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