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Capítulo 25: Capítulo 25

Página 122

- Tens razão. Não me lembrava disso. Agora é que já sei porque é. Só devíamos ter começado a cavar depois de vermos onde dava a sombra à meia-noite. Que dois parvos que nós somos!

- E andámos nós a trabalhar à toa durante todo este tempo! O que temos a fazer é voltar à noite, apesar de ser um bocado longe. Podes sair?

- Suponho que sim. Acho que é melhor fazermos isso hoje, porque, se alguém vir aqui as ferramentas e os buracos, percebe facilmente de que se trata e rouba-nos o dinheiro.

- Pois fica combinado que passo pela tua casa logo à noite, e mio.

- Então agora vamos esconder as ferramentas naqueles arbustos.

Mais ou menos à hora combinada, os dois rapazes chegaram junto da árvore e sentaram-se uns momentos à espera. O lugar era solitário e a hora cheia de tradições.

Os espíritos segredavam por entre a folhagem, havia fantasmas emboscados nos recantos e, ao longe, ouviu-se o uivo de um cão, ao qual respondeu um mocho, na sua voz sepulcral. Os dois rapazes estavam oprimidos pela solenidade da ocasião e pouco falavam. Quando julgaram ter chegado a meia-noite, marcaram o lugar onde dava a sombra e começaram a cavar, animados e cheios de esperança.

Estavam interessadíssimos e trabalhavam activamente. À medida que a cova se ia tornando mais funda, os seus corações pulsavam mais acelerados e pareciam saltar de cada vez que as ferramentas batiam em qualquer coisa. Mas era sempre uma nova decepção, porque o que encontravam não passava de uma pedra ou de um tronco ressequido. Num dado instante, Tom disse:

- Ainda desta vez não acertámos, Huck.

- Como pode isso ser? Marcámos sem o mais pequeno desvio o lugar onde dava a sombra.

- É certo, mas há ainda outra coisa.

- O que é?

- Calculámos a hora, mas podemos ter errado, embora com pequena diferença.

Huck deixou cair a pá.

- Aí é que está! Essa é que deve ser a coisa. Temos de desistir desta.

Não podemos saber a hora certa e além disso é horrível estar aqui a esta hora da noite, com fantasmas e feiticeiros à nossa volta. Parece-me ter sempre alguém atrás de mim, mas tenho medo de me virar, porque podem estar outros na minha frente à espera de uma oportunidade. Desde que cheguei tenho estado sempre arrepiado.

- Também eu, Huck. Muitas vezes enterram, com o dinheiro, um homem morto, para o guardar.

- Oh! Céus!

- É assim mesmo. Toda a vida ouvi isto.

- Sabes, Tom, não gosto de andar por sítios onde há gente morta. Podemos meter-nos em trabalhos.

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pág. 122 (Capítulo 25)

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 122

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174