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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 38

Quanto mais Tom procurava dar atenção ao livro, mais as suas ideias se dispersavam, e, por fim, com um suspiro e um bocejo, desistiu. Parecia-lhe que a saída do meio-dia nunca mais chegava. O ar estava pesado. Não corria uma brisa. Era o mais sonolento de todos os dias sonolentos. O murmúrio entorpecedor das vozes de vinte e cinco rapazes a estudar adormentava o espírito, como o zumbido das abelhas. Ao longe, à luz clara do Sol, o monte Cardiff erguia as suas encostas verdejantes, a que o véu trémulo do calor e a distância davam um tom arroxeado; um ou outro pássaro voava muito alto, preguiçosamente; os únicos seres vivos que o olhar de Tom distinguia eram umas vacas, e mesmo essas dormiam. O rapaz ansiava por liberdade ou por alguma coisa interessante que o ajudasse a passar o tempo. Meteu a mão no bolso, e um sorriso alegre, cheio de gratidão, iluminou-lhe o rosto. Sem que o soubesse, era como uma prece. Então, furtivamente, tirou da algibeira a caixa de cartuchos. Libertou a carraça e pô-la em cima da carteira. O animal, naturalmente, sentiu também gratidão, que nesse momento era prematura, pois, mal começou a mover-se, Tom, de alfinete em punho, fê-lo mudar de rumo.

O amigo predilecto de Tom estava sentado ao seu lado, sofrendo a mesma angústia que ele sofrera, e começou ao mesmo tempo a interessar-se pelo divertimento. Esse amigo era Joe Harper. Os dois rapazes eram amigos fiéis durante toda a semana, e adversários aos sábados. Joe tirou um alfinete da lapela, para ajudar o outro a exercitar o prisioneiro. O passatempo tornava-se cada vez mais interessante; em breve, Tom descobriu que se estorvavam um ao outro, não gozando tanto quanto podiam, por isso pôs em cima da carteira a ardósia de Joe e desenhou uma linha pelo meio desta, de extremo a extremo, dividindo-a em duas.

- Agora - disse ele - enquanto ela estiver do teu lado podes mexer-lhe e eu não lhe toco, mas, mal ela passar para o meu lado, tu não lhe mexes e eu faço tudo para a não deixar ir para o teu.

- Está bem! Vamos lá. Começa tu.

Passados momentos, a carraça fugiu de Tom e passou a linha. Era a vez de Joe a atormentar, e assim fez até que ela voltou de novo para o lado de Tom. Deu-se esta mudança umas poucas de vezes e, sempre que um dos rapazes perseguia a carraça, o outro assistia a isso com o maior interesse. As duas cabeças muito juntas inclinavam-se para a pedra e nenhum deles dava pelo resto que se passava em volta.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 38

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174